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Sérgio Moro, “o crime não é invencível”

Recordações. São 8.20Hrs e estou no “café da manhã” com colegas e amigos brasileiros no interior de Minas Gerais. Ao meu lado está sentado o colega de quase 2 metros de altura Weissman, um Advogado austríaco-luso-brasileiro, cujo o Avô e família mais próximas eram judeus austríacos fugidos ao nazismo. “Durante a guerra, por emergência, evitando os campos de extermínio, deixaram tudo e meteram-se num barco à sorte para as Américas”. Estabeleceram-se em São Paulo e Minas Gerais.

Um dos Weissman era colega e amigo pessoal do famoso psicanalista Sigmund Freud. Uma das últimas cartas de Freud é dirigida a si. Outro Escultor e outro Médico-Professor da Faculdade de Medicina. Este último, era “também muito trabalhador e inteligente”.

Com 40 anos, nos anos 80, sua casa foi assaltada, tendo sido assassinado sem dó, nem piedade. Um momento de silêncio… Ora aí está: um descendente de judeus austríacos que, fugidos ao holocausto nazi, encontrou o seu homicídio na “terra prometida”. Weissman afirma: “os custos do assassinato de pessoas assim, válidas para toda a sociedade, é incalculável”. “E parece que pouca gente se preocupa com isso…”, comentei.

Momento de silêncio. Como já publiquei: “Homicídios no Brasil e Lágrimas de Crocodilo”, 23/3/18 e “Ignorância do Brasil dos 63500 assassinatos só em 2017”, 19/10/18. Cerca de 175 pessoas por dia. Recorde mundial. Quantas incontáveis lágrimas, quanto sofrimento, injustiça e danos irreparáveis?! Mas também como é incomensurável o prejuízo económico, social, político, cultural e mental de tamanha violência?! Recorde-se a estranha morte, por “queda de avião”, do anterior Juiz-Ministro Relator no Supremo Tribunal Federal da “Lava Jato” no nosso artigo também aqui publicado: “Teori A. Zavascki, Ministro do Supremo Tribunal Federal”, 27/1/17.

Como referiu na altura o Juiz Federal e Professor Sérgio Moro, “Sem Zavascki, não teria havido operação Lava Jato”. Processo agora entregue ao grande Juiz-Ministro Edson Fachin. E como é que no meio disto tudo se podem ouvir tantos e tantos comentários ignorantes sobre o Brasil, para não dizer totalmente idiotas? Não tendo sido o meu candidato preferido, é ignorante e mesmo ofensivo dizer que: “Bolsonaro é um candidato de extrema-direita”.

Diria mesmo que Bolsonaro é a antítese de Hitler, líder do partido NAZI, acrónimo alemão de “Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães”. Com tanta violência, corrupção e injustiça, Sérgio Moro é um dos, mais do que naturais, resultados (de Esperança perante o caos). Não há qualquer motivo para surpresas. Salvo para pessoas ignorantes em absoluto que, julgando que tudo sabem, nada conhecem dos Brasisreais, apenas 26 Estados e 1 Federal. Santa estupidez!

É esta mesma burguesia europeia, muitas vezes consumidora de “fado, futebol e Fátima” ou “de esquerda-caviar” que, diabolizando Bolsonaro (só 28 anos Deputado Federal), vai logo a seguir passar férias de luxo para o Brasil e fala do “paraíso da Venezuela”. Sérgio Moro tem toda a legitimidade para ser Juiz Federal, Professor e Investigador ou Ministro da Justiça. Está em pleno exercício dos seus direitos, e deveres, fundamentais.

E tem todo o meu apoio pessoal, bem como dos meus. Serve aliás de exemplo para o mundo anti-corrupção. Nomeadamente para Portugal, um país ainda agora apontado na ONU, eu estive lá em Agosto de 2018, “como um dos países mais corruptos do mundo”, “a segunda maior porta de entrada do tráfico de drogas duras do mundo”. Portugal, um país que aguarda, com paciência, o desfecho de alguns dos processos criminais mais corruptos de toda a nossa História.

Moro foi fundamental no desencadear em 2014 da “Operação Lava Jato”. I.e. o maior caso de corrupção e lavagem de dinheiro de sempre do Brasil. Estão envolvidos muitos políticos, empresários e empresas, incluindo Odebrecht, Petrobras, etc..

E em Portugal? É mais importante “surgir um Sérgio Moro” do que andarem a fazer greves (não gerais) contra a Constituição. Força Sr. Ministro da Justiça Sérgio Moro.


Autor: Gonçalo S. de Mello Bandeira
DM

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9 novembro 2018