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Defendo o ataque à pobreza

Há quem teime permanentemente, dizendo que pouco valho, apesar da minha antiguidade, experiência e vivência entre a humanidade. Considero-me útil, com estilo próprio e único, e, desde que me usem e respeitem, realizo qualquer pessoa em esperança e indico a felicidade entre os homens.


 

Sem hipótese de ser confundida, tenho uma única maneira de caminhar: o centro. Aos extremos, rejeito pertencer e eis porque a minha vida tem sido luta constante, com violência pelo meio, devido às velhacarias dalguns.

Criaram-me por culpa dos injustos e da loucura de outros.

 

Existo, caminho e luto minuto a minuto pelos direitos que adquiri e pelo que posso dar. Não abdico da minha entrega, do meu saber e do meu servir, a não ser que algo superior a mim seja criado ou realizado, futuramente.


 

Quantas vezes em qualquer tempo ou lugar procuram a minha destruição! Alguns têm-no conseguido à custa de golpes, de armas em punho, de mortes e de vários tipos de violência, como a doméstica, a laboral ou o assédio sexual.


 

Servir é, o meu dom. E desde que existo, sempre vi o povo como o mar: com vida e abundância. Por isso mesmo, sou e tenho sofrido traições: por atitudes cobardes e todo o género de canalhices que, para possuírem riqueza e poder, me deturpam, quando sou como as límpidas águas que matam a sede aos sequiosos do planeta.


 

Preteriu-me o tirano Lenine e substituiu-me Hitler, sanguinários e pretensiosos a donos do mundo. Olvidou-me o sanguinolento Mao e fui palco de teatro do utopista, confuso e judeu burguês, Marx!


 

Muitos a mim recorrem. Qualquer inteligência, qualquer simples ou humilde ser, me compreende, me identifica, porque a todos posso servir. A minha existência tem centenas e centenas de anos e os meus feitos identificam-me.


 

Os filmes da minha história satisfazem e proporcionam felicidade a quem bem conduz os povos. Mas sei que tenho inimigos e hipócritas, que confundidos ou fechados em gabinetes, cismando pelos corredores dos gananciosos e dos usurários, traiçoeiramente tentam apunhalar-me em qualquer tempo. 


 

Em todos os tempos tenho sido a adversária dos frustrados, dos predadores, dos prepotentes e dalguns assassinos. E tenho resistido aos ventos, às traições dos belos sorrisos, de fictícias delicadezas e a todos os que me apresentam como oportunista!


 

Estou permanentemente atenta às injustiças, que são um mar que afoga os povos, e ao egoísmo que é arma que esventra. É que os impérios oprimem os débeis e os vícios mutilam os teimosos. Por tudo isso, os idosos choram, a actual juventude confunde-se, foge e as crianças não sentem as flores no jardim das suas vidas. 


 

Porque em certas partes do mundo é assim, sou persistente, nunca abdico, sou clara como a água que corre nos límpidos rios, e onde me encontro sou inconfundível, usando uma só forma de servir: actuar pelo respeito e dignidade do homem.

Procuram alguns varrer-me de onde habito. Mostro-me e dou-me a conhecer através dum livro, dum filme, dum jornal, no mundo do desporto ou em qualquer sã religião do Universo.


 

Não sou perfeita, mas sou o eco da tolerância, a força dos íntegros, dos sem voz, dos incompreendidos. A mãe da solidariedade, a denunciante das injustiças, a bússola das obrigações e dos direitos de cada um e o farol de uma sociedade justa e disciplinada.


 

Podem-me adormecer ou amputar como o agricultor faz à videira. Mas a seiva que me percorre, jamais deixará de palpitar ou de secar. Sou a defensora da opinião esclarecida e consciente; do trabalho que incentiva, que promove, que realiza; sou defensora do progresso, da solidariedade e da liberdade responsável.


 

Defendo o ataque à pobreza e à corrupção e a consciencialização dos ricos, para a obtenção de riqueza limpa e suada pelo trabalho (digno) empreendido.


 

Sou a Democracia em democracia - a única! E milhões me querem.

 

Sou evidente, a minha existência é uma realidade e a minha presença é o respeito entre duas ou mais pessoas. Serei sempre a melhor história e o melhor filme para o homem. Logo, serei sempre aquela serva amiga: “Democracia para todos os povos”.


 

Assim, bons povos e amigos desta velha amiga, se pretendeis saber quem são os meus inimigos – os ditadores – eu os descrevo como Monsenhor Gaume: 

são leões de afiadas garras. São o ódio de toda a ordem que o homem não estabeleceu. São a proclamação dos direitos do homem sem respeito pelos direitos de Deus. São o fundamento do estado religioso e social baseado na vontade do homem e não na de Deus. São deuses destronados”!

Artur Soares

Artur Soares

22 agosto 2025