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Em novembro cumpriu-se Abril

A democracia portuguesa deve muito aos dias 25.

Foi a 25 de abril de 1974, com a ordem de partida dada pelo “E depois do adeus” de Paulo Carvalho, que se iniciou um novo marco em Portugal. Foi neste dia, graças ao Movimento dos Capitães, que se depôs – finalmente – o regime ditatorial do Estado Novo, que vigorava desde 1933, e se iniciou um processo que viria a terminar com a implantação de um regime democrático. O 25 de abril marca, indiscutivelmente, a libertação de Portugal, deixando para trás a censura, a guerra colonial e o colonialismo, e a falta de liberdade individual e de imprensa.

Infelizmente, os novos tempos são sempre propensos à instabilidade e à incerteza. Radicalização política, ocupações e tutela partidária sobre instituições tornaram-se no novo normal em Portugal. Se em 1974 se celebrava o fim do Estado Novo, em 1975 pairava o receio de Portugal mergulhar num regime soviético ou autoritário de esquerda. A liberdade, que antes de abril de 74 não existia, e que deveria ser um direito universal, passou a estar só ao serviço de alguns. Isto não é exemplo de uma sociedade plural.

É neste contexto, que o 25 de novembro assume a importância que hoje tem, a importância fundadora. Devemos muito ao “grupo dos nove” e a uma figura central neste novo processo democrático, a Ramalho Eanes. Foi sob ação deste grupo que se restituiu a democracia em Portugal e se devolveu a soberania à democracia civil. Foi sob o comando destes célebres senhores que se estabilizou o regime, onde regressaram as eleições livres e o fim da tutela militar, reconhecendo a democracia parlamentar de “tipo europeu” e a proclamação da Constituição de 1976.

A democracia deve ser construída ao centro, nunca nos extremos. Foi isso que o 25 de novembro nos ensinou e é isso que o PSD defende na sua matriz: liberdade política e económica, social-democracia e integração europeia. Esta estabilização democrática modernizou Portugal, permitiu a sua entrada na antiga CEE e gerou desenvolvimento económico. 

Recordar o 25 de novembro não é – de todo – desmerecer o 25 de novembro. A 25 de abril ganhamos a liberdade, a 25 de novembro cumpriu-se abril. É essa a herança que o PSD relembra e defende: a construção de uma democracia para todos, e nunca ao serviço de alguns. Celebremos sempre estas datas fundadoras da democracia.

Paulo Cunha

Paulo Cunha

27 novembro 2025