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A sobranceria e arrogância de alguns no Executivo Municipal

Amar e servir Braga exige dedicação, amor à cidade e muita competência. Face aos problemas que um concelho como Braga tem, é necessário, para quem escolheu concorrer às eleições, estudo dos dossiers, gasto de tempo e sobretudo capacidade de entendimento técnico e político.

Isso acontece a todos os níveis, quer seja na vereação, quer seja na assembleia municipal, nas assembleias ou juntas de freguesia.

A marca essencial do movimento individualista auto denominado Amar e Servir Braga, nestes parcos dias de inicio de funções é o de uma manifesta impreparação e capacidade técnica e política, somada a uma arrogância que, aliada à inexperiência de serviço concelhio, tem-se traduzido – mais rápido do que à partida se poderia supor – na exposição das suas graves fragilidades.

Eles acham que são os únicos que sabem tudo, tem opinião sobre tudo, que são os únicos intérpretes da vontade coletiva, sempre acompanhados de imensa sobranceria e pouca humildade democrática.

Aliás essa impreparação já se notava quando não apresentaram praticamente programa eleitoral, com o argumento inconcebível que só após estarem dentro dos órgãos autárquicos, teriam o conhecimento para preparar as medidas políticas para a cidade.

Se este argumento fosse válido a nível de todas as forças políticas nas várias eleições, os eleitores votariam todos no escuro. Solicito, então, ao leitor que analise comigo:

- O financiamento de algumas obras na fachada do Pópulo e áreas adjacentes foram, e bem, à reunião de Câmara. O município, no mandato anterior, efetuou a obra na cobertura do telhado e teve sucesso na sua candidatura ao financiamos às acessibilidades à sua volta, tudo por um valor de cerca de 2,6 milhões de euros.

O que fez o movimento individualista? Votou contra esse financiamento, alegando, de imediato, uma alínea trocada na ordem de trabalhos e falta de informação.

Ora, como já escrevi há cerca de 15 dias, os senhores vereadores do auto proclamado Amar e Servir Braga poderiam ter feito perguntas ao presidente, ter reunido com os técnicos ou pedir o adiamento da votação, até terem as dúvidas esclarecidas.

Isso é o que se espera de quem está com boa fé no serviço público e se nega a estratagemas políticos que lembram as piores tradições nos partidos.

Aliás a prova da fragilidade deste movimento foi o facto de terem demorado uns dias para, em vídeos próprios, virem com novos argumentos, estudados, para tentarem justificar o injustificável. Se fossem assim tão convictos porque não o disseram publicamente imediatamente no próprio dia da reunião? Primeiro decidem e só depois é que pensam?

O mais grave foi o facto de repetiram o voto, passado quinze dias. Poderiam ter aproveitado esse tempo para esclarecer as dúvidas, mas afinal, parece que ou não as quiseram esclarecer ou as dúvidas, inexplicavelmente, transformaram-se em certezas.

Estes senhores vereadores que votarem contra, acompanhados na IL, estranhamento ou não, iram obrigar – no caso de as suas posições terem vincado, o que não aconteceu para beneficio de Braga – o município gastar dinheiro municipal para o pagamento de uma obra já realizada, num desperdício escusado e, assim, lesar o interesse municipal.

Por outro lado confundir a requalificação do Campo da Vinha com a alteração das suas acessibilidades e melhorias na mobilidade, usado por milhares de pessoas, é de quem fala pela rama.

Outra posição sem sentido foi colocada na última reunião do executivo sobre a exigência da indicação imediata dos administradores das empresas municipais e do prejuízo que essa demora poderá dar aos cidadãos de Braga. Desconhecem que são as respetivas assembleias gerais que nomeiam os administradores, cabendo ao executivo apenas a escolha do seu representante em cada uma delas . Sobre o falso alegado prejuízo para o concelho tal é negado pelo estipulado no Código das Sociedades Comerciais - indicado na lei 50/2012 sobre as empresas municipais - e teriam resposta a isso.

Enfim, parece que o que os faz correr não é o interesse municipal mas uns lugarzinhos remunerados no universo municipal, algo para o qual teriam legitimidade se tivessem uma ideia de equipa e de interesse municipal, se estudassem e se preparassem melhor, ao invés de olharem apenas para o próprio umbigo.

Joaquim Barbosa

Joaquim Barbosa

26 novembro 2025