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Pedro Nuno Santos não quer «pôr em causa» o já conquistado

Fotografia DM

Rita Cunha

Jornalista

Publicado em 04 de março de 2024, às 10:47

Candidato diz que a mudança continua a passar pelo Partido Socialista.

O líder do Partido Socialista e candidato às próximas Legislativas esteve ontem de tarde em Braga para apelar ao voto no PS para uma «mudança» que «não põe em causa o que foi conquistado».

Perante um Theatro Circo lotado - foram muitos os que não puderam entrar - e na presença de muitas personalidades do partido, com destaque para a de Isabel Soares, filha de Mário Soares, e apoiantes, o responsável prometeu um projeto «de futuro, esperança e ambição». «Vamos aproveitar o presente, esta estabilidade financeira e orçamental, para avançarmos na forma como vivemos», disse. 

Pedro Nuno Santos começou o seu discurso, várias vezes interrompido com cânticos de apoio, a falar nos valores do partido que representa, como os da liberdade, da solidariedade, da igualdade, o valor da cooperação para superar as dificuldades, o respeito pelo outro, a humildade, a estabilidade e capacidade de aprender e ouvir o povo. Caraterísticas que, nas suas palavras, distanciam o PS dos outros. «É por isso que nós governamos melhor do que eles (...). Nunca falhamos ao povo», atirou.

Contudo, admitiu que «Portugal tem muitos problemas por resolver» mas que, ainda assim, «nenhum português prefere voltar a 2015». «Nós sabemos que há portugueses que estão insatisfeitos, que querem que as coisas mudem também nas suas vidas. (…) A minha tarefa é convencê-los que a mudança necessária, aquela que não põe em causa aquilo que conquistámos, essa mudança continua a passar pelo PS. É por nós que ela continua a passar», afirmou.

Pedro Nuno Santos falou ainda de um PS que «quer mais» e «tem ideias», as quais «concretiza». «Connosco o país avança, como avançou nos últimos oito anos», referiu, dando como exemplos a redução da dívida pública, uma «estabilidade financeira invejável», salários e pensões mais altos, diminuição do abandono escolar e a superação da pandemia e crise inflacionista. 

Pedro Nuno Santos afirmou que o PS quer «tirar o país da cepa torta», considerando que é isso que tem feito concretamente na ferrovia, com a linha entre o Minho, Viana do Castelo e Valença «modernizada, eletrificada e já a funcionar». Acusou a Aliança Democrática (AD) de não «ver nada» e de nem saber o que é um comboio ou um transporte coletivo. «Nem andam nele», disse, lembrando que o programa da AD não refere a linha de alta velocidade entre Lisboa, Porto, Braga, Vigo.

Sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS), acusou a direita de ter uma «resposta errada e ineficaz» já que «não há capacidade excedentária no serviço de saúde privado» e «íamos retirar recursos do Estado para dar poder financeiro ao privado». «Somos nós que fazemos hospitais públicos, não são eles. Continuará a ser assim também em Barcelos», garantiu.

Também o cabeça de lista socialista por Braga, que falou momentos antes, criticou a oposição de direita, «que em nada contribui para a esperança e para a construção de um país melhor». «Ora estão contra o aumento do salário mínimo, ora exigem maior celeridade na valorização salarial», referiu José Luís Carneiro.

Lembrou ainda que que está em curso, no distrito de Braga, «o maior volume de investimento público desde 1976», estimando que com o Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) sejam investidos 842 milhões de euros.

A intervenção da filha do antigo Presidente da República Mário Soares foi a surpresa da tarde, tendo sido aplaudida de pé em diversos momentos do seu discurso. Pediu aos socialistas uma mobilização para que «Portugal não volte a ter medo» como antes do 25 de Abril. «Tenho orgulho no trabalho realizado pelos governos do PS, pela defesa intransigente da liberdade, da tolerância e da democracia. Tenho orgulho no aumento das pensões e do salário mínimo, orgulho no combate exemplar à pandemia da covid-19, orgulho na defesa do Estado social com um SNS para todos, orgulho na defesa de uma educação para todos», disse, não esquecendo «o controlo da inflação», a «recuperação económica de Mário Centeno» e as «contas certas» de Fernando Medina.

Já Frederico Castro, presidente da Federação de Braga do PS, falou da importância de chegar aos «indecisos» e deixou «mensagem de confiança».