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Votar. Um dever do cidadão

 


 

 


 


 

Começaram já na televisão os debates dos candidatos às eleições presidenciais do nosso país, que terão lugar no domingo, dia 18 de Janeiro de 2026. Deixará o seu cargo o actual presidente, Marcelo Rebelo de Sousa, que o exerceu em dois mandatos sucessivos, por opção clara dos eleitores. Há uma lista considerável de candidatos. A sua maioria sabe, de antemão, que não será eleita. Aliás, sondagens recentes assim o revelam. 


 

Se perguntarmos as razões desta iniciativa televisiva, as respostas poderão ser muito variadas, mas certamente que se relacionam com a possibilidade de mostrar ideias, valores e realidades que os diversos candidatos defendem e, decerto, em que acreditam.


 

Esta grande variedade daqueles que concorrem às eleições presidenciais surge como uma razão favorável para chamar mais eleitores às urnas, abatendo deste modo um grande inimigo da verdadeira democracia, que é a ausência numerosa de cidadãos nas urnas, ou seja, a abstenção.


 

Quantas e quantas vezes não aparecem resultados em que o “vencedor” não ganhou por real maioria, mas apenas por pouco mais de 20% do total de eleitores, já que a grande vencedora, uma vez mais, foi a realidade abstencionista, que obteve, por exemplo, 43% do número total de ausências de possíveis votantes.


 

Compreende-se que haja países em que a votação seja obrigatória para todos os cidadãos. Pode ser que para alguns esta lei surja como uma verdadeira forma de se sentirem forçados a fazer alguma coisa que não desejavam, que não lhes interessa, ou, pura e simplesmente, que os impede de ultimar um saboroso projecto de descanso, de passeio ou de programa que imaginaram para esse dia, esquecendo, por inadvertência ou distração, o dever de votar 


 

Nos países, como o nosso, em que há liberdade, abster-se de ir às unas por motivações fúteis não tem razão de ser lógica e ética. Há quem diga: “Que falta faz o meu voto?... Eu nem sequer conheço bem os candidatos...”. Outro argumenta: “Já tenho um programa para o dia das eleições... Não vou votar...” Enfim, as motivações ou desculpas arranjam-se facilmente. E lembremos que a imaginação - a “louca da casa”, como lhe chamava Santa Teresa de Ávila -, é fértil em fabricar argumentos aparentemente razoáveis e convincentes.


 

Ser cidadão implica, além dos direitos que a cidadania lhe confere, ter deveres a cumprir. Alguns podem dar-nos a oportunidade de os concretizar por livre vontade. Levantam-nos, na consciência, um dilema que é necessário resolver, optando pela solução que se nos afigura moralmente mais adequada. É o caso da nossa ida voluntária às urnas, a fim de escolher, entre os candidatos, aquele que julgamos mais adequado para as funções que deverá desempanhar. Da nossa parte, necessitamos de conhecer e compreender o que os diversos concorrentes se comprometem a pôr em prática se vencerem as eleições. É necessário, portanto, ter uma visão adequada dos seus compromissos.


 

Enfim, a cidadania obriga-nos, neste caso, a reflectir. Está em jogo a vontade de todo um conjunto de inumeráveis pessoas (o eleitorado), que compartilha connosco um direito: escolher, por meio do voto, quem irá exercer as funções de Presidente da República. Não ir às urnas por preguiça ou desinteresse é uma atitude nefasta e indigna de um cidadão que tem deveres a cumprir.

Pe. Rui Rosas da Silva

Pe. Rui Rosas da Silva

23 novembro 2025