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O flagelo da guerra

 


 

Parece que o mundo, onde tanto se proclama a necessidade da paz, não sabe viver sem que a desgraça da guerra domine muitas das suas terras com a violência e os gastos, humanos e materiais, que ela provoca. 

Certamente que os seus efeitos e a razão de ser da sua existência são claramente muito complexos e dolorosos, porque sempre se baseiam em motivações apoiadas por uns e repudiadas por outros, levando as partes a recorrer à força bélica para resolverem o que não sabem (ou não querem) solucionar dum modo pacífico, o que, habitualmente significa, mais humano e mais adequado.

As motivações dum conflito armado são sempre funestas e causadoras de muito luto entre as populações e também de destruição de realidades que a inteligência e a capacidade realizadora do trabalho conseguiram executar, enquanto as sociedades beligerantes viveram o seu dia a dia sossegadamente.

Nos nossos dias e nos nossos meios de comunicação social abundam notícias sobre estas situações indesejáveis e violentas, que despertam a curiosidade de quem os procura para se informar. E, como é fácil recordar, os seus alvos preferidos são o conflito russo-ucraniano e o israelita contra o Hamas.

Infelizmente, se estes dois temas já nos dão pena pelos seus resultados, recorda-se que o número de perdas humanas entre os militares é bastante elevado, para não falarmos já das vítimas civis que também são muito consideráveis.

No entanto, nos nossos dias não existem apenas as duas contendas referidas. Estas são as que os “media” mais abordam. Relembro ainda que os efeitos da conflitualidade não diz respeito apenas ao número de baixas que os exércitos que se defrontam causam entre si. A destruição de muitos edifícios, por vezes de forma total, o número de refugiados e da deslocação de pessoas das suas casas e, até, da sua própria pátria é, amiudadas vezes, uma outra fatalidade que a guerra traz consigo.

Nos últimos anos, o seu flagelo chegou a muitos países, a quem, por vezes, nem sequer prestamos atenção. Os seus efeitos são, contudo, lastimáveis. Por exemplo, no Sudão, além de milhares de mortos, elevou-se a milhões o número de pessoas deslocadas. Na República Democrática do Congo, também chegou a vários milhões os habitantes que tiveram de sair do seu local habitual de morada. No Iémen, o número de vítimas superou as 233 mil, muitas das quais por falta de alimento, serviços de saúde, etc. Na Etiópia, 500.000 mortos e um milhão de pessoas deslocadas. Enfim, na antiga Birmânia, actualmente Myanmar, 12.000 mortos, 4 milhóes fora da sua casa e l,5 milhões de refugiados. Poderíamos prosseguir a apontar mais situações. Limitar-nos-emos a reproduzir uma informação recente do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais de Washington sobre o conflito russso-ucraniano. Número de soldados russos mortos: 950.000; ucranianos: 400.000.

Os desejos expansionistas do Kremlin, chefiado por Putin, já fizeram perder a vida, de acordo com os dados apresentados, a mais de um milhão e trezentos mil soldados de ambas as partes. Será que não haverá outros meios mais humanos e mais racionais para resolver uma questão?


 

Pe. Rui Rosas da Silva

Pe. Rui Rosas da Silva

9 novembro 2025