Na atualidade, os imigrantes são fundamentais para o desenvolvimento de determinadas atividades, principalmente na construção civil, agricultura, comércio, restauração e hotelaria, mas devem ser integrados dentro de regras e princípios do país acolhedor e respeitando a sua origem étnica, mas não deixando de considerar o enquadramento do respeito mútuo e serem recebidos como um ser humano global, mas que terá de se enquadrar nas comunidades acolhedoras.
Os estrangeiros são bem-vindos, mas é necessário controlar as suas entradas, pois verificou-se em governos anteriores e, mais recentemente, ao tempo da Geringonça, uma entrada descontrolada da imigração, que trouxe problemas de insegurança, narcotráfico e aumento da criminalidade.
Segundo dados da OCDE de 2023, os estrangeiros residentes em Portugal representam cerca de 10,8% da população, comparando com 17,3% na Espanha. Apesar disso, é inevitável que a pressão social e pública sobre a imigração em Portugal tenha vindo a crescer, espelhando uma tendência que se verifica em toda a Europa.
A crise demográfica extensiva a toda a Europa, com o envelhecimento populacional, a queda da natalidade, a redução da população em idade ativa, a desigualdade territorial, demográfica e as alterações da população ligadas aos movimentos migratórios estão a comprometer a sustentabilidade social económica.
É fundamental garantir o futuro através da família, da solidariedade e da responsabilidade intergeracional e por outro lado apostar no envelhecimento ativo, valorizar os adultos mais velhos, pois podem contribuir para reduzir a imigração e a falta de mão-de-obra, principalmente em áreas técnicas profissionais, que foram muito afetadas, como a alteração do modelo implantado nas Escolas Comerciais e Industriais, ao retirarem o contributo parcelar de profissionais especializados e para participarem fora do seu horário normal de trabalho, o que era uma mais valia para a formação de técnicos que o país precisa.
Face a esta evidência, e uma vez que os jovens portugueses não seguem em parte um caminho fundamental para cursos técnicos, bem planeados e com formação adequada às suas funções, como no passado, teriam com certeza remunerações adequadas, reduzindo a emigração.
Na atualidade, o país precisa de receber a migração com equilíbrio, responsabilidade, humanização e formação, como já acontece com empresas portuguesas, algumas já com alojamento e alimentação, dentro da legalidade e acolher as suas famílias reais, pois podem contribuir para mitigar a escassez de mão-de-obra, promovendo a integração social e o respeito pela identidade nacional.
Os imigrantes devem ser acolhidos com humanismo, dentro de princípios e valores, evitando a segregação racial, a rejeição de discursos de ódio racistas e xenófobos, com respeito pela sua cultura e coesão, e não apenas como força de trabalho. Podem constituir uma mais-valia para a ocupação do interior, mediante políticas estruturadas para a instalação em aldeias abandonadas, com a recuperação do edificado e instalação de atividades agrícolas e pecuárias, com anexação de minifúndios e produção enquadrada nas condições climatéricas e ambientais da região.
A incidência da imigração dos países da CPLP, no seguimento do período pós-colonial, considerando que falam a língua portuguesa, é um espaço de convergência cultural, política e linguística, tornando a integração laboral com maior facilidade e as formações mais rápidas, dentro da metodologia mais adaptada às funções a desempenhar, sendo de salientar que 285 milhões de cidadãos brasileiros, angolanos e moçambicanos falam a língua portuguesa, a quinta mais falada do mundo.
A política a seguir por qualquer governo, fora as ideologias populistas, deve ser a de um acolhimento dos migrantes, seguro e legal, com respeito pelas suas origens, sem rejeição familiar e a possibilidade de que as suas próximas gerações sejam portuguesas e frequentem as entidades escolares.