O texto de hoje representa o regresso deste espaço de opinião, depois de cumprida a habitual pausa de Verão. O tempo passado desde a última publicação deixa espaço para uma escrita de síntese, uma vez que existe tanto para contar sobre a nova versão o SC Braga.
O tempo decorrido proporcionou imensas coisas para referir, pelo que terei de ser sintético. O tempo permitirá, no futuro, alguma abordagem mais profunda de alguns dos assuntos.
O SC Braga contruiu um plantel para a presente temporada com grande valor aparente, cujo trabalho estava sob a alçada do treinador espanhol Carlos Vicens. O que a Legião espera é que o investimento realizado se traduza em resultados palpáveis e na concretização de um processo que possa, em breve, levar os brácaros a lutarem pela conquista de um inédito título de campeão nacional. Porém é preciso que todos acreditem no que se está a fazer e que o treinador não deixe completamente de lado as suas ideias iniciais, pois um comandante tem um plano para colocar em prática e um bom treinador tenta tirar o melhor partido dos jogadores de que dispõe.
O primeiro objetivo do SC Braga foi atingido com clareza, ao chegar à fase de liga da Liga Europa, depois de deixar pelo caminho os búlgaros do Levski de Sofia, com mais dificuldade do que se esperava, o Cluj da Roménia, num acerto de contas que demorou uns anos a chegar, e o Lincoln, de Gibraltar, no derradeiro obstáculo superado com os dois jogos da eliminatória a serem disputados em Portugal, uma vez que o Estádio Algarve foi adotado como casa gibraltina para receber o SC Braga. O duelo referente ao playoff acabou por fazer história, uma vez que terminou com a maior diferença de golos numa eliminatória europeia a favor dos bracarenses, tendo marcado nove golos e sofrido apenas um.
Carimbado o passaporte para a Liga Europa, o sorteio ditou encontros que poderão fazer crescer a equipa, se conseguir responder às exigências que serão colocadas. Serão adversários na Pedreira o Feyenoord (dos Países Baixos), o Estrela Vermelha (da Sérvia), o Genk (da Bélgica) e o Nottingham Forest (de Inglaterra), havendo deslocação dupla à Escócia para defrontar o Celtic e o Rangers, a França para defrontar o Nice e ao reduto dos nerlandeses do Eagles, uma equipa menos conhecida do público português.
A nível da liga portuguesa o SC Braga começou com dois resultados de 3x0, apadrinhando na Pedreira o regresso do Tondela e em Alverca o ressurgimento dos ribatejanos, mais de duas décadas depois. Tudo parecia caminhar bem para os lados de Braga, até que surgiram dois confrontos frente a duas equipas com “ave” no seu nome. Primeiro foi o AFS a visitar a Pedreira, causando surpresa com o empate a dois golos e depois o Rio Ave, no seu estádio, que conseguiu novo empate pelos mesmos números. Estes dois duelos tiveram a infeliz particularidade de os opositores arsenalistas terem feito uso e abuso de um antijogo vergonhoso, com a permissividade dos árbitros desses jogos a nada fazerem para o impedir. É lamentável que esta postura de algumas equipas enfraqueçam o futebol português, o que depois se reflete nos afastamentos precoces das competições europeias. Depois admiram-se das baixas receitas televisivas? É que maus espetáculos ninguém no seu perfeito juízo quer comprar. Voltarei a estes assuntos em breve.