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PS/Braga acusa vereadora Catarina Miranda de irresponsabilidade e deslealdade

Fotografia DR

Redação/Lusa

Publicado em 20 de novembro de 2025, às 17:19

Pedro Sousa reagiu esta tarde à decisão de Catarina Miranda aceitar pelouros dados por João Rodrigues.

O presidente do PS/Braga, Pedro Sousa, acusou hoje a vereadora Catarina Miranda, eleita pela coligação PS/PAN e agora independente, de “desenquadramento político evidente” e de “uma leitura profundamente errada da responsabilidade, do compromisso e do sentido de lealdade”.

“A decisão da vereadora Catarina Miranda representa um desenquadramento político evidente e uma leitura profundamente errada da responsabilidade, do compromisso e do sentido de lealdade perante a coligação Somos Braga (PS/PAN) e, sobretudo, perante os mais de 26 mil bracarenses que nos confiaram o seu voto”, refere, em comunicado.

Para Pedro Sousa, que reage assim à decisão de Catarina Miranda aceitar pelouros dados pelo presidente eleito pela coligação PSD/CDS-PP/PPM, a liberdade formal do mandato não apaga a responsabilidade ética e moral de respeitar a vontade que lhe deu origem.

“Nesse quadro, aceitar integrar o executivo municipal por via de um convite externo à força política que a elegeu constitui, de forma inquestionável, um desvio claro dessa responsabilidade”, acrescenta.

Nas autárquicas de 12 de outubro, a coligação PSD/CDS-PP/PPM, liderada por João Rodrigues, ganhou a Câmara de Braga, conquistando três lugares no executivo, tantos quantos a coligação PS/PAN e o movimento independente Amar e Servir Braga. A Iniciativa Liberal e o Chega elegeram cada qual um vereador.

João Rodrigues encetou, entretanto, negociações com os “números 1” de cada força que elegeu vereadores para encontrar uma solução de governabilidade.

Pela coligação PS/PAN, o interlocutor foi Catarina Miranda, já que o cabeça de lista, António Braga, renunciou ao lugar de vereador.

Na quarta-feira, o município anunciou que Catarina Miranda fica com os pelouros da Cultura, Património Cultural e Educação Artística, passando a vereadora independente.

Pedro Sousa vincou que, durante toda a negociação, “o PS nunca foi contactado” por João Rodrigues.

Para o líder socialista, a decisão de João Rodrigues de negociar apenas com o primeiro de cada força representada “é uma argumentação frágil e, até, deselegante do ponto de vista democrático”, consubstanciando “uma tentativa de diminuir e atacar o PS”.

Pedro Sousa sublinha que o PS “deixou claro”, desde o início, “total abertura e disponibilidade para dialogar, conversar e discutir um eventual modelo de governação da câmara municipal, que pudesse representar uma solução sólida, estável e duradoura”.

Aponta que João Rodrigues fica desde já “diminuído” para quando, “confrontado com a frágil maioria relativa com que decidiu governar, se procurar vitimizar pelas posições e opções das diferentes forças da oposição”.

Pedro Sousa lembra que a coligação PS/PAN “ficou a cerca de duzentos votos” de vencer a Câmara de Braga, conquistou a maioria das juntas de freguesia e, somando eleitos diretos e presidentes de junta, tem o maior grupo na Assembleia Municipal.

“Estes resultados confirmam a força política, social e territorial do PS no Concelho e não são diminuídos por decisões individuais que, por razões inomináveis, se afastam do compromisso assumido perante os bracarenses”, refere ainda.

Garante que o PS continuará a exercer uma oposição “firme, exigente e responsável, mas não o fará, nunca, não é da sua história nem da sua tradição, movido por qualquer sentimento de revanche [vingança]”.

A Lusa tentou ouvir Catarina Miranda, que se escusou a quaisquer declarações.

Na quarta-feira, em nota enviada a uma rádio de Braga, disse que aceitou os pelouros por considerar que esse é o lugar em que será mais útil à cidade.

“Entendi que aceitar a delegação de competências (…) significa estar no lugar que me permite concretizar o motivo que me trouxe até aqui: cuidar da cultura e do património da cidade de Braga”, alegou.

Disse ainda que Braga tem hoje “um executivo plural” e que as circunstâncias “pedem que os vereadores trabalhem em cooperação, sem barreiras nem bandeiras, em favor do interesse público”.

“Acredito honrar os votos dos bracarenses que esperam que este mandato se traduza em trabalho”, rematou.