O presidente da Câmara de Braga, João Rodrigues, apelou hoje à oposição para deixar a sua equipa trabalhar, mas vincou que pode haver uma ampliação da delegação de competências noutros vereadores.
“A única coisa que eu peço é que nos deixem trabalhar. Nós não estamos aqui para fazer jogos de poder, não estamos aqui para alimentar novelas políticas, estamos para trabalhar em prol da cidade e dos bracarenses e é isso que eu julgo que tem de acontecer, de resto, como manda a lei e como manda o espírito democrático que nos rege a todos”, referiu João Rodrigues, à margem da apresentação da programação de Natal.
A coligação Juntos por Braga (PSD/CDS/PPM), liderada por João Rodrigues, conseguiu três lugares no executivo, tantos quantos a coligação Somos Braga (PS/PAN) e o movimento independente Amar e Servir Braga. A Iniciativa Liberal e o Chega elegeram cada qual um vereador.
Na quarta-feira, o município anunciou que a atribuição de pelouros à vereadora Catarina Miranda, eleita pela coligação Somos Braga, que desta forma passa a assumir o estatuto de independente.
Na prática, e para já, a coligação Juntos por Braga fica a governar com quatro elementos, num executivo de 11.
“Isto não significa que o diálogo não permaneça, não se mantenha, não possa haver alterações a esta delegação de competências, que não possa haver uma ampliação desta delegação de competências”, frisou João Rodrigues.
Sublinhou que os pelouros são atribuídos com critério, exemplificando com a entrega das pastas da Cultura, Património Cultural e Educação Artística a Catarina Miranda, que é historiadora da arte e doutoranda em História Contemporânea na Universidade do Minho, com investigação dedicada ao estúdio bracarense Photographia Alliança.
“Nós não estamos a fazer uma atribuição de pelouros para fazer jogos de sombras ou para dar a sensação de que estamos abertos a alguma coisa”, referiu.
Disse ainda que tem “absoluta abertura” para continuar a negociar a eventual atribuição de pelouros a vereadores do movimento Amar e Servir Braga.
“Da minha parte, o espírito é de absoluta abertura. Agora, se do outro lado entenderem que não há condições para falar e para conversar acerca daquilo que eu acho que deve ser conversado, que é a vida da cidade, terão que fazer essa pergunta ao outro lado”, afirmou.
Na primeira ronda de conversações, João Rodrigues terá manifestado disponibilidade para atribuir pelouros a um ou dois vereadores do movimento independente, mas não aos três eleitos.
O movimento contrapôs que só aceitaria negociar se a proposta abrangesse os seus três vereadores.
Entretanto, João Rodrigues repetiu o apelo à oposição para deixar a sua equipa trabalhar.
“Obviamente que as propostas que nós vamos apresentar [em reuniões de câmara] são propostas que nós achamos que são boas para o concelho e que, portanto, devem ser aprovadas, mas, repito, nós temos total abertura, mantemos essa abertura, mas temos noção de que temos uma responsabilidade de que temos de trabalhar e de que temos de atingir resultados. E a única coisa que eu peço é que nos deixem trabalhar”, rematou.