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Primeira fase da linha de alta velocidade pode reduzir 40 minutos à viagem entre Braga e Lisboa

Primeira fase da linha de alta velocidade pode reduzir 40 minutos à viagem entre Braga e Lisboa
Fotografia DR

Publicado em 07 de maio de 2023, às 18:15

O primeiro lote da primeira fase da linha ferroviária de alta velocidade Porto-Lisboa está em consulta pública. Quando completo, pode baixar o percurso entre Braga e Lisboa para um tempo mínimo de 2h50.

O estudo de impacte ambiental do primeiro lote da primeira fase da linha ferroviária de alta velocidade entre Porto e Lisboa prevê que o troço entre Porto e Soure, no distrito de Coimbra, seja aberto à exploração em 2029. A conclusão deste troço deve reduzir a distância entre Braga e Lisboa para um mínimo de 2h50 de viagem. Já a linha entre Porto e Vigo, que passa por Braga, só deve ser submetida à avaliação de impacte ambiental durante 2024.

Os documentos, disponíveis no portal participa.pt para consulta pública, compreendem apenas o Lote A da Fase 1, que inclui apenas o troço de 72 km entre a estação de Porto-Campanhã e Oiã, uma freguesia de Oliveira do Bairro, a sul de Aveiro. O Lote B da primeira fase, com 71 km, estende-se de Oiã até Soure, uma vila a sul de Coimbra. Juntas, as duas fases do primeiro troço representam quase 3 mil milhões de euros de obras, com mil milhões a serem financiados pela União Europeia.

De acordo com os documentos do estudo de impacte ambiental, 19 comboios por dia poderão usar a linha de alta velocidade aquando da abertura completa do troço Porto-Soure, com 12 serviços diretos. Utilizando os cálculos da Infraestruturas de Portugal sobre os benefícios nos tempos de percurso entre cidades, Braga e Lisboa devem passar a estar a cerca de 2h50 de distância, em vez das atuais 3h30 mínimas. Mas isto apenas é válido se, até 2029, não houver mais problemas de infraestrutura na Linha do Norte, que os comboios de alta velocidade entre Braga e Lisboa continuarão a ter de usar nessa altura.

Quadro com cenários de oferta conforme a conclusão das fases da linha de alta velocidade

No Porto, esta nova linha implica a ampliação da estação de Campanhã com quatro vias dedicadas, duas delas de resguardo, com plataformas de 420 metros de extensão para servir os passageiros no embarque e desembarque.

Também no Porto, vai ser construída uma nova ponte sobre o rio Douro. Pensada inicialmente como gémea da travesia atual, a nova ponte vai ter um tabuleiro rodoviário em cota baixa, integrando o projeto da Ponte D. António Francisco dos Santos, acordada desde 2018 entre os dois munícipios que ocupam as margens na foz do Douro. Este tabuleiro inferior também será ciclável e pedonal.

A previsão de abertura à exploração da primeira fase da linha de alta velocidade em 2029 está em linha com as previsões do projeto apresentado pelo Governo em setembro de 2022, que também indicava para 2023 a submissão da primeira fase do projeto. 

Enquanto isso, o projeto separado da linha entre Porto e Vigo, onde se inclui a estação de alta velocidade em Braga, tinha o início dos estudos previstos para 2023. Este projeto também está dividido entre duas fases: a primeira inclui a ligação entre Braga e Espanha, assim como Porto-Campanhã e o Aeroporto Francisco Sá Carneiro, enquanto a segunda abrange apenas o troço entre o aeroporto e Nine. Entre Nine e Braga, os comboios de alta velocidade continuarão a usar o atual troço do Ramal de Braga.

Praticamente todo o projeto da alta velocidade ferroviária em Portugal está a ser submetido às avaliações de impacte ambiental por uma segunda vez, algo que já aconteceu em 2007 e 2010, inclusive para o troço entre Braga e Valença.

A linha é construída em bitola ibérica, uma decisão constestada por alguns, mas que permite que os novos comboios – que tanto podem ser da CP como de empresas privadas concorrentes – usem troços da atual Linha do Norte para fazer ligação às estações existentes nas cidades abrangidas pela alta velocidade.