Estamos a entrar na recta final da grande corrida para as eleições autárquicas. Os candidatos, coligações ou “partidos” (ainda não vislumbro, tal como nunca vislumbrei de há cinquenta anos a esta parte, um “inteiro”!!) correm todos da mesma maneira para tentarem alcançar a tão almejada vitória. Tal como num jogo de futebol, acham que a melhor defesa é o ataque! “Campanhas eleitorais são, naturalmente, tempo de promessas e compromissos”.
“Mas o que mais se vê, pelas ruas das cidades, não são flores, são os cartazes que mostram as novas tendências de imagem dos líderes partidários nas legislativas de maio.
Nos últimos anos, a qualidade dos cartazes políticos tem vindo a baixar de forma acentuada e transversal a todo o leque partidário e esta colheita mantém o ritmo descendente. As campanhas eleitorais são feiras de vaidades nas quais os líderes partidários parecem modelos na passerelle de uma produção de moda rasca, fantasias montadas num manequim de plástico”1.
“A uma semana da ida às urnas, são mais as dúvidas que as certezas em grande parte dos concelhos em disputa, a começar pelas principais capitais de distrito”2.
No que ao nosso concelho de Braga concerne, anda pelos 170 mil eleitores, que em cerca de 50 anos vão escolher o terceiro presidente da câmara. Ao “dinossauro” socialista Mesquita Machado, que se sentou na cadeira do presidente durante 37 anos, seguiu-se Ricardo Rio, social-democrata, que ocupou o respectivo lugar durante 12 anos, impedido legalmente de continuar.
Nesta altura há dez candidaturas concorrentes, entre partidos e coligações. Como curiosidade, todas elas são lideradas por pessoas do sexo masculino. A cidade está cheia de cartazes que apelam ao respectivo voto. Todos fazem promessas, não sei se para cumprirem depois ou para “caçar” votos. Todos querem, ou dizem querer, combater os “podres” na política existentes.
“Algo está podre no reino da Dinamarca”3. Há corrupção ou algo muito errado, em política, sociedade ou família. Algo grave está escondido ou a ocorrer. Algo está podre…
1 Manuel Falcão, in Sapo de 11 de Abril de 2025.
2 Sónia Peres Pinto, in Sol de 4 de Outubro 2025.
3 “Something is rotten in the state of Denmark”. Da peça de teatro “Hamlet”, de William Shakespeare (1564 – 1616). Shakespeare foi um poeta, dramaturgo e actor inglês, tido como o maior escritor do idioma inglês.