Os bracarenses não podem queixar-se da falta de candidatos desejosos de ocuparem a Presidência da Câmara Municipal de Braga. Veremos, pois, o que irão ditar as eleições do próximo 12 de outubro. E a safra já vai em 7 concorrentes, porém, só um terá a chance de poder vir a presidir aos destinos do dia-a-dia bracarense. Nesse sentido, vamos ouvindo deste e daquele o que tem a propor para a Autarquia da Cidade dos Arcebispos. Dando para perceber que tudo aquilo que prometem executar, corresponde ao que faltou ser feito na gestão vigente.
Desde guindar a nossa Bracara Augusta a Capital do Norte, à criação de uma via circular externa e suspensão do projeto do BRT (metroubus) – porque segundo é dito viria entupir o trânsito – há de tudo um pouco. Inclusive, também há quem queira varrer com os agiotas, fariseus e hipócritas que se arrastam pelos corredores da sede Municipal. No entanto, as apostas centram-se nas duas maiores necessidades do momento: a construção de habitações a preços reduzidos e melhorar a mobilidade.
Todo este bradar de carências, leva-me a recuar no tempo ao consulado do socialista, Eng.º Mesquita Machado (MM). Isto porque, caso não tivesse impulsionado a criação de novas urbanizações e desbravado o solo para os túneis rodoviários, bem como a construído uma via rápida ligada à autoestrada, viadutos, parques de estacionamento, etc., hoje tudo estaria bem pior na urbe do Barroco. Ademais, nem Quinta Pedagógica, Braga Romana e Noite Branca, se calhar, haveria.
Lembro-me de ter tecido, no DM, algumas críticas durante a governança de MM sobre o expansionismo do betão e do cimento. Pelo que me apraz, agora, reconhecer ter sido algo injusto nesta matéria. Sobretudo, ao verificar que a atual gestão, “Juntos por Braga”, liderada pelo Dr. Ricardo Rio, ao fim de 12 anos vai deixar a cidade e o seu concelho com um défice de investimento assinalável. O que acaba por agravar os problemas para quem vier a seguir. É que nem a famosa Variante de Frossos foi capaz de lhe dar continuidade, quanto mais vir agora dizer que vai fazer do Campo da Vinha uma bela praça. A qual pouca beleza terá, caso seja mantido o célebre mamarracho com o argumento que tem sido usado – ad náusea – para outras obras não executadas: “removê-lo, é praticamente impossível”.
É óbvio que nem é preciso subir ao canudo do Bom Jesus para se obter a imagem da qualidade da gestão coligada até ao dia de hoje. Basta consultarmos o que cada candidato está a prometer vir a fazer para constatarmos o muito que está por ver a luz do dia, em termos de desenvolvimento urbanístico e rodoviário, no que à Capital do Minho e seu concelho concerne. Ao que se lhe poderá acrescentar, ainda, tudo aquilo que foi anunciado nas páginas dos jornais pelos oficializados candidatos: metro de superfície; vigilância permanente na cidade; transportes gratuitos; fazer do velhinho 1.º de Maio, um Estádio Novo; novas ligação ferroviária a Guimarães, etc.
É notório o desmazelo. São demasiadas as vias esburacadas, os edifícios degradados, ruas mal-amanhadas, passeios e passadeiras indignos, etc. Para além de uma Central de Camionagem obsoleta, mas que se não tivesse transitado do passado, a cidade nem a teria. Encontrando-se numa situação similar à do novo Aeroporto de Lisboa, há mais 50 anos de sucessivos governos, por construir. Mas o maior fiasco da atual equipa municipal bracarense é o do Ecoparque Monumental das Sete Fontes, sua bandeira de campanha eleitoral.
Ora, já todos sabemos ser este o tempo de “encantar “os eleitores com promessas de vulto. Pelo que as seguintes perguntas se impõe a cada candidato: será que há dinheiro nos cofres municipais para tudo aquilo que pretende concretizar? Ter-se-á, previamente, embrenhado no deve e haver das contas da Autarquia, a fim de que os cheques venham a ter cobertura? É que se não, lá virá a lengalenga de que a culpa foi do Edil anterior que deixou os cofres sem cheta e o Município endividado.