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O Legado deixado às gerações futuras!

 



 

Nesta altura em que terminou mais um ano lectivo e com o início de mais uma legislatura não será demais refletir sobre a educação em Portugal. 

Na Constituição está consagrado o direito à educação para todos, mas muitos estudantes estiveram sem professor durante semanas e meses! A desigualdade criada entre alunos do ensino público e privado e, mesmo entre os discentes do ensino público, não tem precedentes! Disciplinas como História e Geografia em que há décadas os candidatos à docência não tinham lugar, agora há alunos sem docentes nestas áreas. 

Um dos graves problemas é a habitação pois o salário de um docente não permite nem alugar e muito menos comprar residência em determinadas zonas do país. Os decisores políticos, nomeadamente as autarquias só pensam nos estrangeiros (são uma fonte de financiamento considerável) relegando para um plano secundário os interesses dos seus compatriotas. 

Outro problema prende-se com o excesso de burocracia que leva os docentes a gastarem o seu tempo em múltiplas justificações (deve ser a profissão onde mais se justifica a forma de atuar) retirando tempo ao que é verdadeiramente importante: preparar as aulas!

O excesso de intervenção dos Encarregados de Educação nas Escolas é outro motivo para não se escolher esta profissão! Os pais têm o seu papel sem dúvida, mas deverão ser remetidos ao seu lugar. Um colega, a propósito de isso, afirmava com razão: “dentro de alguns anos não haverá professores e não tenho pena nenhuma…” Eu respondi: “colhem o que semearam! Enquanto os pais não voltarem a olhar para os docentes como seus colaboradores no desenvolvimento integral dos seus filhos, nunca mais chegamos a bom porto em matéria educativa!”

Finalmente, e não menos relevante, é o excesso de poder das Direções das Escolas. Existem agrupamentos com um elevado número de docentes com baixa médica prolongada. Porquê? Em muitos casos por péssimas condições de trabalho! Perguntar-me-á o caro leitor “Não há ninguém que os controle?” Teoricamente sim, o denominado Conselho Geral das Escolas, acontece, porém, que o Presidente deste órgão é avaliado pelo Diretor! Ou seja, há um manifesto conflito de interesses que infelizmente nenhum partido na Assembleia da República contesta ou mesmo, pede parecer ao Tribunal Constitucional acerca da constitucionalidade da forma como está organizado o poder nas Escolas! Porquê? Porque muitos diretores são próximos dos principais partidos. As autarquias também são responsáveis pois têm um representante neste órgão. Qual a solução para esses docentes que se sentem prejudicados? Meterem atestado e os alunos ficam sem aulas! Não haverá ninguém que ponha termo a esta situação? É isto que queremos para os nossos filhos e netos?



 

 

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Maria Guimarães

21 julho 2025