Ontem foi um dia de satisfação para a democracia. Não importa se foram mais ou menos os eleitores que, com respeito pela liberdade de escolha, se apresentaram perante as urnas para optarem. Dizem que o povo falou e eu digo se ele foi livre de votar e escolheu quem sabemos é porque os querem a governar Portugal. Os que não saíram vencedores desta consulta popular têm, agora, a obrigação patriótica de permitir a quem ganhou o direito de governar. A democracia não é apenas a menina dos olhos quando se ganha, é também quando se é chamado a pôr o interesse partidário, e quantas vezes pessoal, à frente dos destinos de um povo. Olhei com olhos de alegria interior as filas dos votantes. Não estavam à espera de nada, nem aquilo era fila para dar nada, a não ser o de erguer a liberdade, o bem maior, porque não obrigação¸ antes devoção. Satisfazer, pelo meio do voto, o seu pensamento sobre o que prometeram durante a campanha. É que a democracia não se confina, muito menos se esgota, no voto em dia de eleições. Temos que estar sempre atentos a ela porque sempre teremos inimigos que a queiram derrubar. Aquilo que mais irrita ou magoa a estes são os dias de festejo da democracia e este dia maravilhoso de liberdade de escolha. Não são precisas armas ensarilhadas nos largos ou esquinas de certas ruas, como era usual e obrigatório nos tempos de Estado Novo, porque o povo já leva meia década de liberdade e nunca foi preciso o exército para o manter em paz e com civismo. Fica aqui esta pequeno apontamento do que vi e notei no dia 18 de Maio de 2025. Que se repita por muitos anos. Festejemos a democracia porque quem venceu ontem foi ela e não apenas aqueles que lograram mais votos nas urnas. Porque hoje é dia de festa da democracia, aqui deixo esta pequena nótula mas acrescento: na ceara há muito joio que parece trigo. Saibamos estremar.