O país atravessa uma fase difícil por falta de mão-de-obra em determinadas áreas de trabalho, salientando-se a da construção civil, principalmente com profissionais especializados, a hotelaria, a restauração e a agricultura, principalmente a de interior.
Este problema tem vindo a ser solucionado com os imigrantes para determinados setores, mas que não reúnem, por vezes, condições para exercer a profissão, pois não têm preparação, embora haja empresas que lhes atribuem condições de formação, alojamento e os enquadram com acolhimento adequado para a sua função e com humanismo.
Nos últimos anos a entrada de imigrantes no país, sem controlo e vindos de diversos continentes, tem provocado problemas graves, contribuindo para uma progressiva falta de segurança e criminalidade imprevisível.
A falta de controlo de fronteiras e a extinção do SEF foi uma decisão inadequada e que contribuiu para esta situação, embora a globalização da mão-de-obra seja uma mais-valia, principalmente na atualidade, sobretudo porque os jovens portugueses deixaram de ser direcionados para cursos técnicos profissionais.
No passado, as escolas profissionais foram uma referência para a formação de técnicos competentes e que respondiam às necessidades do país, havendo necessidade de retomar esta situação, para motivar os jovens para profissões técnicas – eletricistas, mecânicos, serralheiros, carpinteiros, etc. e terem salários compensadores, como acontece noutros países, permitindo um incremento do desenvolvimento industrial e económico.
Esta situação faz lembrar o tempo dos “retornados” das colónias, vindos desprovidos de qualquer meio de sobrevivência, numa ponte aérea indescritível e dolorosa, mas que foram o cerne da ocupação e desenvolvimento do interior do país, em diversas atividades e principalmente dando grande impulso à criação empresarial, com inovação e sentido pragmático, contribuindo para o crescente incremento empresarial e profissional, que o país necessitava.
Atualmente, os jovens só pretendem trabalhar dentro das novas tecnologias, sem esforço físico e falta de adesão às funções necessárias e fundamentais para o crescimento e desenvolvimento económico do país, com as consequências evidentes e visíveis, conducentes ao acolhimento dos imigrantes para exercerem funções adequadas às contingências empresariais.
Os imigrantes são fundamentais para determinadas atividades, quando devidamente selecionados e integrados, contribuindo para o reequilíbrio populacional, para a sustentabilidade da Segurança Social, para dar esperança aos municípios despovoados e fragilizados, dentro do espírito de coesão territorial e social, com habitação, com salários adaptados à sua função e sem discriminação, impedindo estigmas, e com soluções centradas nas pessoas.
Por outro lado, o próximo Governo tem de pensar seriamente na migração dos nossos jovens, que se vem acentuando cada vez mais e principalmente aqueles que procuram soluções para a vida profissional, com salários cativantes e que são bem acolhidos nos países para onde partem. Alguns têm formação dispendiosa, como atualmente os enfermeiros, os quais emigram para a Suíça e agora para a Inglaterra, locais privilegiados, onde progridem na sua carreira e se tornam referências naqueles países.
Este tipo de emigração, em diversas profissões, traz benefícios para o país acolhedor, pois reduz custos na formação deste tipo de profissionais, recorrendo aos emigrantes, sendo Portugal a suportar a sua formação.
O excesso de licenciados sem formação profissional e não adequada às necessidades que o país atravessa, conduz a passividade dos jovens, pouco acolhedores para determinado tipo de funções laborais, fundamentais para a implementação de projetos, sua execução e desenvolvimento económico do país.