Eram dois os assuntos que mais se destacavam na atualidade: a campanha eleitoral e o conclave. Quanto a este podemos estar descansados porque o Espírito Santo já escolheu. Da Capela Sistina já saiu fumo branco. Saudemos o novo Papa; este sucessor de Pedro toma a partir de agora, o nome de Leão XIV. Desejamos-lhe os maiores sucessos para todo o seu pontificado. Não vai ser fácil num mundo em mutações constantes. Mas até um Papa tem uma cruz para carregar. Quanto à campanha eleitoral já começou o festival de empolamento das desgraças dos adversários e a glória dos feitos por estes realizados. É do conhecimento geral que deveremos tirar as nossas conclusões minimizando aqui e acolá as acusações e descontando mais além as vanglórias anunciadas. Tomar uma posição correta é difícil porque quer queiramos quer não, não somos neutros; há sempre uma tendência humana para termos um favorito. A minha estratégia está há muito tomada: não votarei em nenhum partido que se coligue, ou demonstre vir a coligar-se, com partidos não democráticos. É certo o ditado, “diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és”. As maiorias não existem? Nenhum partido governará sozinho. Então concorram, não como partido mas como coligação. Quero saber em quem voto. Vimos em que deu a geringonça: o PS, na anterior legislatura, nem governou, nem se deixou governar. Juntar um manco a um coxo, ambos ficam mancando. Sejamos claros: nem o BE e o PCP, nem o Chega, são democráticos; se o fossem não seriam partidos radicais. Radicais porque são fieis à doutrina em que o sistema se opõe ao homem livre, nem como pessoa nem como indivíduo. Servem para servir o Estado ou o capitalismo. Onde morará a liberdade na China ou na Coreia do Norte, na Venezuela ou Bielorrússia e até mais recentemente na USA? Quem sabe que dignidade humana têm aqueles que estão sujeitos aos regimes capitalistas. Na América do Norte, já há vozes que se levantam e se opõem às oligarquias a que Trump dá cobertura e corpo porque gosta do domínio das famílias ricas. Porquê? Porque o homem e a sua dignidade desaparecem perante o lucro; faz-se máquina de produção; mas isso acontece quer num regime comunista, quer num regime capitalista. Não quero ser escravo daquele, nem criado destes. Perdi o jeito de me calar e ou andar com o chapéu na mão. Então vejamos e interroguemo-nos. Onde estão aqueles partidos ou coligações que já declararam que não se aliarão nem com o Chega, nem com o Bloco ou PCP? Há outros de esquerda, eu sei, mas não passam de pardalitos dos beirais. No próximo domingo, dia 18 de Maio, vamos todos votar. A ceara é farta, há muito por onde escolher. Por exemplo, eu sei em quem vou votar, porque sei em quem nunca votaria. Não deixo que da ceara tirem a espiga para o meu pão.