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Vamos votar – depois não se queixem

A realidade é que em boa parte dos países europeus existe um sistema eleitoral de representação proporcional. Em Portugal, tal como na Bélgica e Espanha, para o apuramento dos resultados eleitorais é utilizado o designado método de Hondt. Sendo assim, o regime representativo, através da livre escolha dos cidadãos, estes delegam nos seus representantes, através do voto, o poder de legislar, fiscalizar e governar a nação. As próximas eleições, designadas por legislativas, têm como finalidade principal escolher os governantes, ou seja, o órgão do poder executivo, constituindo, tal facto, uma das características fundamentais de todos os regimes democráticos e liberais. Tal como em muitos países, os partidos políticos entre nós são organizações sociais voluntárias, mais ou menos com caráter de permanência e duração razoável, conforme a aderência do povo, que lutam pela aquisição e exercício do poder, ou seja governar, através de meios legais e democráticos. A grande diferença para boa parte de outros países é que em Portugal existem partidos que se julgam com superioridade moral, ética e política que lhes permite satisfazer as necessidades do povo. Para tanto, apresentam aos cidadãos políticas públicas, muitas delas falaciosas face ao bem comum, com o objetivo primeiro de governarem quase sempre e de permanecerem, com as suas elites, eternamente no poder. Na atualidade, um líder político, como alguém escreveu “calculista como o Costa, arrogante como o Sócrates e inconsequente como o Guterres”, que nunca deve ter lido a ética de Aristóteles, com a colaboração tática do populista mor do Chega, acusa outro líder político, seu concorrente, não de ilegalidades jurídicas, mas de falta de ética. O extraordinário de tudo isto, de todo o ambiente político que nos levaram a eleições antecipadas, é que ele pode ser rico mas o seu concorrente direto, mesmo que pelo trabalho e mérito, não pode, é falta de ética… Ele pode ser ajudado financeiramente pelos pais, com riqueza, mas o seu concorrente não pode, nem deveria ajudar nem zelar pelo bem e futuro dos seus filhos… Também é muito estranho que na onda do “politicamente correto” alguns juristas e comentadores não saibam, nem querem saber, que uma sociedade, como a Spinumviva, tal como todas as sociedades regulares, é constituída face a um contrato com escritura pública, que tem personalidade jurídica e que só por ignorância e má-fé se poderá confundir com uma pessoa singular. Estes argumentam ainda que, não estando em causa factos de natureza legal, a sociedade em causa é uma espinha cravada na garganta, pelo que, só lhes falta dizer, nos seus preconceitos éticos, que o Homem se deveria ter separado e divorciado da sua esposa para ser primeiro-ministro!.

E como na política também cabe muita lógica aristotélica, não é de admirar que muita da comunicação social, jornais, rádios e TVs, alinhados, ofereçam muito palco e voz ao líder, único e todo-poderoso, do partido Chega. Sim, quantos mais votos este partido obtiver mais possibilidades existem de o “artífice da geringonça” formar um governo de esquerda e de extrema-esquerda. Então, teríamos a insistência no alargamento do tempo para o aborto, quase sem limites. Teríamos a insistência na legalização da eutanásia sem que, independentemente das questões religiosas que se levantam, haja um referendo para que o povo se pronuncie sobre uma realidade delicada e fraturante que envolve a vida e a morte. Teríamos de novo uma agenda ideológica na educação e na cultura, com recurso aos órgãos de informação e à televisão estatal, numa constante militância. Tudo isto seria uma realidade, tanto mais que agora encorajados por interpretações truncadas e falsas da doutrina da Igreja Católica, protagonizada pelo Papa Francisco, recentemente falecido. Sim, o Papa Francisco, misericordiosamente, dava a bênção a um homossexual ou lésbicas da LGBT, a um transgénero ou a um preso, enquanto seres Humanos, no seguimento de Jesus de Nazaré que não condenou a mulher adúltera, abençoando-a “vai e não voltes a pecar”. Nada ressalta dos seus escritos, em conformidade com os Evangelhos, que o Papa Francisco incentive ou encoraje a anormalidade das relações Humanas, do casamento que deve ser único entre um homem e uma mulher ou ao preso, cuja circunstância se deve a crimes cometidos contra outro ser Humano ou contra a sociedade. Porque, em nosso entender, não existem alternativas políticas credíveis, na atualidade, no próximo dia 18 de Maio, com racionalidade, meditem nas consequências do vosso VOTO. “ Depois não se queixem…”

Abel de Freitas Amorim

Abel de Freitas Amorim

8 maio 2025