O Papa Francisco partiu no dia 21 de abril para a eternidade e para a companhia do Pai, Cristo ressuscitado e nosso Pastor, após um pontificado de 12 anos, vindo da América Latina e integrando a Companhia de Jesus.
A sua missão foi polivalente e direcionada para uma igreja inovadora e com espírito ecuménico, fruto da convivência com católicos cristãos e em países dos diversos continentes, onde sempre foi acolhido com sentido de fraternidade, amor, com missão de abertura, convívio de proximidade e transmitindo sempre a sua alegria aos mais carenciados e fragilizados, dos países por onde passou.
Na Argentina, seu país de origem, conviveu nos bairros, onde coexistiam imigrantes de diversas nacionalidades, mesmo na sua infância, pois havia um caleidoscópio de etnias, religiões e profissões, constituindo um microcosmo complexo, multiétnico, multirreligioso e multicultural, mas isso não o impedia de conviver também com amigos muçulmanos.
Esta vivência nos bairros argentinos transmitiu-lhe um grande sentido de simplicidade, abertura ao próximo e incutiu-lhe uma humildade incontornável, acompanhado de sorriso constante, uma das suas características motivadoras, que o fortaleceram na vivência do caminho seguido por Jesus na terra, antes de partir para o Pai.
Quem viajou em missões profissionais, por diversos continentes, teve a oportunidade de constatar a vida dos povos das diferentes etnias, onde se conseguia visitar “quimbos” em África, as favelas no Brasil e os aglomerados populacionais na Venezuela, onde a pobreza e a vida do ser humano era confrangedora, transmitindo a necessidade de todos serem seres humanos, vivendo em condições dignas e com sentido de humanismo, corrigindo as desigualdades.
O Papa Francisco viveu intensamente estas situações, o que o tornou próximo das pessoas necessitadas e foi um cerne para a sua caminhada desde sacerdote até Papa da Igreja Católica, sempre com os princípios e os valores da solidariedade, da fraternidade, apoiando os migrantes, não deixando ninguém para trás, pois foi o “Papa do Povo”.
Sempre acolheu todos no coração da Igreja, pois para ele não havia cor e raça, todos eram iguais, pois a Igreja Católica é universal, e a casa comum foi uma marca do seu pontificado e para ele a Misericórdia e o Evangelho era palavras-chave, construindo pontes e não muros, sempre ao serviço do Homem e da Humanidade - como Pedro – e vivia com o seu sorriso habitual a alegria do Evangelho.
Nas suas visitas sempre privilegiou os locais recônditos, acolhendo com humildade e uma esperança para o nosso tempo, com proximidade, pois foi o farol da humanidade, para crentes e não crentes, com uma abertura ao cristianismo ecuménico, proclamando a abertura da Igreja a todos, marcada pelos gestos, sorrisos que a todos abraçava.
Liderou pelo exemplo, pela humanidade, pela bondade, pelo sentido de justiça e pelas palavras carregadas de ternura e com amor, procurando fazer da Igreja um lugar menos reverencial.