Até quando Trump? Até quando firma a sua política em moldes que se perceba que agora é verdade ou definitivo? Quando é que a lançadeira para de dançar? Não sei, não compreendo como o presidente dos Estados Unidos da América dá uma imagem de” imaturo adolescente”! Diz o cronista que após a morte de Afonso de Albuquerque na Índia, os injustiçados naturais, ao verificarem os desvios que a administração estava fazendo, gritavam na sua campa, “levanta-te Albuquerque, olha que se perde a Índia”. O mesmo me apetece dizer, levanta-te George Washington, olha que se perde a América. Não perderá o imenso território que possui mas perderá, ou melhor, está a perder a autoridade mundial que detinha há séculos. Segundo se consta ultimamente, quer dar dez mil dólares a cada groenlandês para venderem a sua pátria. Só um espírito rapace era capaz de uma proposta destas. Em Portugal já houve famílias, nobres e outras, que se deixaram comprar em 1580, nas cortes de Almeirim: declararam Filipe II de Espanha legítimo sucessor à coroa do reino. Diz Camões, “ em Portugal alguns traidores houve algumas vezes”. Depois, os filhos dos mesmos vendilhões retomaram, em 1640, a dignidade perdida pelos pais ao libertar Portugal do domínio espanhol. Só que na Gronelândia pode não haver substrato patriótico suficiente para tal, nem um Febo Moniz para protestar contra o esbulho americano. Outra tirania deste sr. Trump é dividir a Ucrânia em três partes, como aliás fizeram com a divisão de Berlim em 1945 pelo tratado de paz mundial. Tão efémero como o caráter dos homens. Pobre Ucrânia que tanto lutou pela sua integridade territorial e agora está na iminência de se ver retalhada às postas pela voracidade e rapacidade de Trump e Putin. O bocado que lhe cabe é a posta do rabo. E o mundo olha, reprova, abana a cabeça e teoriza sobre valores. Levanta-te Washington, olha que se perde a América. Tal candongueiro já compra consciências e até quer ficar a dominar o gasoduto ucraniano. Será para dizermos o que disseram ao avarento Cresus, último rei da Lídia, quando lhe rebentaram as goelas com moedas e afixaram um bilhete dizendo: vê se te fartas.
