A comunidade paroquial de são Miguel-o-Anjo de Argivai, no Arciprestado de Vila do Conde/Póvoa de Varzim, viveu, este domingo, um momento de grande significado espiritual e litúrgico: a dedicação do novo altar da igreja paroquial e a bênção da cadeira da presidência e do ambão.
A celebração foi presidida pelo Arcebispo Metropolita de Braga, D. José Cordeiro, e contou com a presença do Dom Abade de Singeverga, Frei Bernardino Ferreira da Costa, autor das novas peças litúrgicas.
Na introdução da celebração, o Abade de Singeverga explicou a simbologia das novas peças, sublinhando a íntima ligação entre altar e ambão, entre cruz e ressurreição:
«Se o altar é o lugar da crucificação, o ambão é o lugar da ressurreição. Estas formas evocam os anjos que anunciam: “não está aqui, ressuscitou”. O altar remete ainda para o túmulo vazio, rompido pela alegria da ressurreição».
De seguida, na homilia, o Arcebispo de Braga sublinhou que este momento ultrapassa a mera colocação de novo mobiliário litúrgico, representando antes a centralidade da Eucaristia na vida da Igreja.
«O altar, o ambão e a cadeira da presidência são sinais de Cristo na assembleia. Este altar passa a ser Cristo, como dizia Santo Ambrósio. Não se trata apenas de um enriquecimento cultural ou artístico, mas de um passo significativo no caminho de Páscoa que a comunidade é chamada a viver. A liturgia remete-nos para o essencial: a Palavra de Deus, a Eucaristia dominical e a vida eterna», assinalou.
D. José Cordeiro destacou também a ousadia da comunidade de Argivai em concretizar este projeto, em sintonia com a renovação litúrgica proposta pelo Concílio Vaticano II, em cujo caminho a Arquidiocese de Braga e o Mosteiro de Singeverga têm desempenhado um papel pioneiro.
«O Movimento Litúrgico em Portugal contou com lugares fundamentais de formação, como o Mosteiro de Singeverga e o Seminário dos Olivais. Singeverga continua hoje a marcar a geografia da Reforma Litúrgica, em estreita ligação com a Arquidiocese de Braga, na aplicação da renovação conciliar ao espaço celebrativo. Esta dedicação é muito mais do que um enriquecimento cultural ou artístico: é um passo significativo no caminho pascal desta comunidade», afirmou.
D .José elogia coragem da paróquia
O Arcebispo felicitou o pároco, o Conselho Económico e todos os ministérios e movimentos da paróquia, elogiando a coragem de «arriscar e ousar, rasgar novos caminhos e trilhar percursos nem sempre fáceis, mas feitos em conjunto, na paz e na esperança».
No final da celebração, o pároco de Argivai, o padre Pedro Fraga, expressou uma palavra de gratidão à comunidade e às entidades envolvidas.
«Nesta celebração pudemos acompanhar o ritual de dedicação, onde a Palavra se uniu à matéria. É daqui que se abre a nossa esperança e se gera a nossa Páscoa. Agradeço de modo especial ao Conselho Económico, a todos os movimentos paroquiais e à comunidade de Argivai, que tornaram tudo isto possível. Um agradecimento também ao Sr. Dom Abade, autor das peças, e ao nosso Arcebispo que presidiu a esta solene dedicação», afirmou.
A celebração terminou num ambiente festivo e de ação de graças, ficando marcada na história da paróquia como um sinal de renovação litúrgica e fidelidade ao essencial da fé cristã: Cristo, presente no altar da Eucaristia.
