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Autarca de Barcelos opõe-se a Guimarães sobre a Área Metropolitana do Minho

Fotografia DR

Redação

Publicado em 30 de janeiro de 2025, às 12:23

Enquanto Domingos Bragança rejeita a fusão das CIM do Ave e Cávado, Mário Constantino Lopes aposta na criação da área.

O Presidente da Câmara Municipal de Barcelos, Mário Constantino Lopes, defendeu, ontem, a criação de uma Área Metropolitana que integre os municípios da grande região minhota. 

Em entrevista ao Porto Canal, o autarca explicou que a formação de uma Área Metropolitana traria um ganho de escala significativo à região, permitindo uma maior capacidade de atrair investimento e fortalecer a negociação com outros territórios.

Lopes sustentou a sua posição com dados que apontam para o crescimento das exportações da região, a aprovação de projetos no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e a forte capacidade de inovação existente, além da presença dos politécnicos e universidades nas três atuais Comunidades Intermunicipais. 

O presidente de Barcelos considerou que a criação de uma Área Metropolitana no Minho faria todo o sentido, pois permitiria uma estratégia comum para os municípios, aumentando o poder de reivindicação e negociação, o que se traduziria em maior progresso, desenvolvimento e coesão social e territorial.

Esta declaração surge na sequência das recentes afirmações do presidente da Câmara de Guimarães, Domingos Bragança, que, por sua vez, se mostrou contra a criação de uma nova área metropolitana que inclua as comunidades intermunicipais do Ave e do Cávado. Em declarações feitas na última sessão do executivo, Bragança garantiu que, durante o seu mandato, "não viabilizará" a fusão entre as duas comunidades. 

O autarca esclareceu ainda que o recente entendimento assinado entre as partes tinha como objetivo apenas a mobilidade, e não visava a criação de uma área metropolitana.

No último dia 17 de janeiro, as Comunidades Intermunicipais do Ave e Cávado estreitaram relações por meio de um memorando de entendimento. O acordo visa a concretização de projetos e ações conjuntas em várias áreas-chave, como transportes, inovação, conhecimento do território, proteção civil e, acima de tudo, obtenção de financiamento para grandes projetos de desenvolvimento.

A reunião de trabalho, que contou com a presença do ministro Adjunto e da Coesão Social, Manuel Castro Almeida, foi mais um passo para a criação de uma futura Área Metropolitana do Minho. Durante o encontro, o presidente da CIM Cávado, Ricardo Rio, reconheceu que estão a ser dados avanços significativos nesse sentido. 

Para Rio, também presidente da Câmara de Braga, a região do Minho tem perdido financiamentos essenciais por não ter o estatuto de Área Metropolitana e que as assimetrias na distribuição de recursos entre o Minho e as duas grandes áreas metropolitanas do país precisam ser corrigidas. O autarca apontou ainda que a parceria agora estabelecida entre a CIM Cávado e a CIM Ave irá potenciar a capacidade de negociação junto de financiadores internacionais, como o Banco Europeu de Investimento, para viabilizar investimentos públicos essenciais para o desenvolvimento regional.

A posição de Mário Constantino Lopes é, portanto, alinhada com a de Ricardo Rio, que considera a criação de uma Área Metropolitana do Minho um passo fundamental para o futuro da região. Lopes afirmou ainda que a criação dessa estrutura permitirá fortalecer a estratégia comum entre os municípios, dando à região uma voz mais forte e representativa.