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Arcebispo de Braga vinca a ressurreição como razão da esperança cristã

Arcebispo de Braga vinca a ressurreição como razão da esperança cristã
Fotografia Francisco de Assis

Francisco de Assis

Jornalista

Publicado em 02 de novembro de 2025, às 21:05

D. José Cordeiro, os bispos auxiliares de Braga, o Arcebispo Emérito e cónegos rezaram pelos Bispos e Capitulares falecidos

No dia que a Igreja Católica universal celebrou os fiéis defuntos, o Arcebispo de Braga vincou a ressurreição como a razão da esperança cristã. Na Sé Catedral, D. José Cordeiro, os seus bispos Auxiliares, D. Delfim Gomes e D. Nélio Pita; e o Arcebispo Emérito, D. Jorge Ortiga, juntamente com os cristãos bracarenses rezaram por todos os fiéis defuntos, em especial pelos Arcebispos, bispos e capitulares bracarenses falecidos.
Na homilia intitulada “Testemunhar a Esperança pascal, o Arcebispo de Braga começou a intervenção com uma frase icónica que os cristãos rezam diariamente no Credo: “Espero a ressurreição dos mortos”.
«Professamos nós sempre que rezamos o Credo. E é com este tom de esperança que neste dia vivemos a Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos em continuidade com a celebração de ontem [anteontem], a solenidade de todos os santos (as)», disse.
D. José Cordeiro recordou que se rezarmos com fé o Credo e as fórmulas de fé que o Símbolo condensa, então o horizonte da vida humana não se esgota nos parâmetros biológicos, os quais determinam que, em determinado momento, a nossa vida terá um fim. «Se rezamos o Credo com fé, e o transpomos para a nossa vida, então vivemos a vida atual com os olhos postos na vida futura, à qual se tem acesso com a morte biológica. Para nós cristãos a morte não é eterna, é uma Páscoa, passagem para a vida definitiva, a vida que Deus quer partilhar e que nos está prometida desde a ressurreição de Cristo». 
E enfatizou: «Sim, a Igreja existe para testemunhar ao mundo o acontecimento decisivo da história: a ressurreição de Jesus. O Ressuscitado traz a paz ao mundo e dá-nos o dom do seu Espírito. Cristo vivo é a fonte da verdadeira liberdade, o fundamento da esperança que não engana, a revelação do verdadeiro rosto de Deus e o destino último do homem», frisou.

Apesar da saudade,
«a morte não tem 
a última palavra» 
Apoiado nas leituras do dia, o Arcebispo de Braga citou o próprio São Paulo: «Se acreditamos que Jesus morreu e ressuscitou, do mesmo modo, Deus levará com Jesus os que em Jesus tiverem morrido». 
E refletiu: «desse modo, não vivemos como os que “não tem esperança”, porque acreditamos que a morte não tem a última palavra e não é o fim. Isto não significa que este dia não nos traga a saudade daqueles que nos foram queridos; que não nos traga a dor por alguém com quem já não podemos conviver, porque a esperança na ressurreição dos mortos não é um anestésico que nos deixa atordoados e incapazes de perceber com claridade o que acontece à nossa volta. A esperança permite que não entremos em desespero, fazendo-nos atravessar a dor, acompanhados por Cristo, o vencedor da morte». Até porque, recordou, em jeito de catequese, os cristãos são acompanhados por Cristo. «Porque Dele nos alimentamos na Eucaristia, o “banquete de manjares suculentos” preparado pelo Senhor», apontou. 
Ainda a este propósito do banquete, o Arcebispo de Braga citou ainda Santo Inácio de Antioquia e Carta aos Efésios. «Partindo o mesmo pão, que é remédio de imortalidade, antídoto para não morrermos, mas nos faz viver, em Jesus Cristo, para sempre».
Uma vez mais, no final da celebração, D. José Cordeiro, acompanhado dos outros bispos, cónegos, padres, bem como o povo cumpriram a tradicional procissão pelos claustros da Sé, com romagem ao Altar das Almas, onde rezou por todos os falecidos, e à capela onde estão sepultados os Arcebispos de Braga.

Semana do Seminário  começou hoje
Durante a eucaristia, o Arcebispo de Braga recordou que ontem começou a Semana dos Seminários. E frisou a presença de todos os bispos, do Cabido da Sé Primacial, bem como dos seminaristas e seus responsáveis. E deixou o desafio aos jovens, para que não tenham medo de assumir a sua vocação religiosa.
Aos cristãos bracarenses, pediu oração pelos seminários e seminaristas.
A missa foi solenizada pelo coro do Seminário. O Evangelho foi cantado pelo cónego Hermenegildo.