O CESE vai adotar uma resolução com apelo ao voto nas eleições europeias e elaborar um documento com as expetativas da sociedade civil relativamente aos próximos mandatos do Parlamento Europeu e da Comissão Europeia.
O Comité Económico e Social Europeu (CESE) está empenhado em mobilizar os cidadãos para irem votar nas eleições europeias, que em Portugal decorrem no próximo dia 9 de junho.
A ideia foi transmitida pelo presidente deste órgão consultivo, Oliver Röpke, durante o seminário para jornalistas, integrado na primeira Semana da Sociedade Civil, que reuniu mais de 700 pessoas em Bruxelas, entre 4 e 7 de março, tendo como mote a mobilização para a defesa da democracia.
«No CESE, estamos claramente comprometidos em aumentar a votação nas eleições europeias e em lutar contra a desinformação, para assegurar que, em todos os Estados-Membros, os cidadãos votam com base em factos», afirma, sublinhado que este é «um momento crucial para a Europa».
Na sua perspetiva, as organizações da sociedade civil desempenham um papel-chave na mobilização e no esclarecimento dos cidadãos.
Nesse sentido, os 329 membros do CESE estão a desenvolver atividades nos Estados-Membros a que pertencem, tendo levado a cabo mais de quatro dezenas de ações nas últimas semanas
O dirigente explica que, sendo os membros do CESE oriundos de entidades como sindicatos, associações patronais ou organizações não governamentais, «estão constantemente a trabalhar na ativação da sociedade civil, não ficando apenas na bolha de Bruxelas. Há muito trabalho que já foi feito, mas esta é a altura para focar especificamente nas eleições».
«As eleições europeias vão ser um teste decisivo à democracia europeia. O CESE pode ser a plataforma para a sociedade civil se mobilizar em defesa da democracia. Vamos desempenhar um papel ativo no período que antecede as eleições e mobilizar os eleitores para aumentar a participação eleitoral», reforça.
Resolução com apelo ao voto
O CESE vai adotar, na sessão plenária que decorre amanhã e quinta-feira, dias 20 e 21, em Bruxelas, uma resolução de apelo ao voto nas eleições europeias.
Christa Schweng, ex-presidente do CESE, relatora do documento, destaca a importância destas eleições, recordando que o Parlamento Europeu é o único órgão europeu eleito diretamente pelos cidadãos, sendo que este, por sua vez, vai eleger a Comissão Europeia.
Esta responsável argumenta que «é preciso ter consciência do que a Europa fez até aqui», bastando recuar até à pandemia de Covid-19 para ver como se conseguiu comprar rapidamente as vacinas em conjunto.
Em seu entender, nestes tempos difíceis, a única resposta possível é «mais Europa, porque a Europa é fundada em valores que precisam de ser defendidos».
Por seu turno, a presidente da Secção do CESE para o Emprego, os Assuntos Sociais e a Cidadania, Cinzia del Rio, também relatora do documento, refere que a resolução é um documento político, que transmite uma mensagem clara de valores como a democracia, os direitos fundamentais e o Estado de Direito.
Para esta responsável, é necessário olhar para os aspetos positivos do projeto europeu, mas também para os desafios que só poderão ser superados se estivermos juntos.
Lembra que estas eleições ocorrem num contexto diferente de há cinco anos, com guerra na Europa e novos atores a nível mundial que estão a desafiar a Europa e os valores que esta defende. «Temos de ter orgulho nesses valores», afirma.
Já a presidente do Grupo Ad Hoc do CESE para a Igualdade, Sif Holst, sustenta que, mais do que nunca, precisamos de uma UE «unida, democrática, sustentável e social». «Precisamos de um Parlamento Europeu forte, que represente toda a Europa e que nos represente a todos», diz.
Brikena Xhomaq, presidente do Grupo Ad Hoc para as Eleições Europeias e co-presidente do Grupo de Ligação do CESE, refere que os cidadãos vão votar com muitas frustrações, fruto da Covid-19, da guerra, da inflação e dos desafios sociais, temendo-se que a participação no ato eleitoral seja baixa e que os resultados sejam polarizados. «É hora de dizer aos cidadãos que votem pela Europa e por uma Europa democrática e social», declara.
Sociedade civil vai apontar prioridades para novo mandato
O Comité Económico e Social Europeu (CESE) vai elaborar um documento a apontar as prioridades para o trabalho do Parlamento Europeu e da Comissão Europeia resultantes das eleições que decorrem nos 27 Estados-Membros entre 6 e 9 de junho.
A resolução vai ser adotada na sessão plenária de julho, tendo a Semana da Sociedade Civil, que reuniu em Bruxelas jovens, organizações da sociedade civil, jornalistas e cidadãos, servido para recolher propostas a incluir nesse documento.
As mensagens formuladas para os novos líderes da UE centram-se em mais ações no combate à desinformação, criação de uma economia que funcione para as pessoas e para o planeta, voz mais forte da juventude, mais democracia e melhor acompanhamento das Iniciativas de Cidadania Europeia.
CESE e Parlamento Europeu unem-se na preparação das eleições
O Comité Económico e Social Europeu e Parlamento Europeu assinaram um Memorando de Entendimento sobre a cooperação na preparação das eleições europeias de junho.
A parceria visa aprofundar a cooperação entre as duas instituições para promover as eleições europeias, aumentar a participação eleitoral e combater a manipulação de informação.
*Em Bruxelas, a convite do CESE
