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Hospital dos Bonequinhos ajuda crianças a perder o medo da bata branca

Fotografia Avelino Lima

Rita Cunha

Jornalista

Publicado em 05 de novembro de 2025, às 15:42

18.ª edição decorre no Hospital de Braga até sábado.

Dores de barriga, de cabeça e de estômago. Gripe. Um braço ou uma perna partida. Dores de dentes. Estas foram apenas algumas das várias maleitas que levaram hoje dezenas de bonequinhos, acompanhados pelos seus cuidadores (crianças dos três aos seis anos), ao Hospital de Braga.


Até sábado, são previstas cerca de mil crianças na iniciativa Hospital dos Bonequinhos, uma organização conjunta do Hospital de Braga e do Núcleo de Estudantes de Medicina da Universidade do Minho (NEMUM), cujos alunos se voluntariam para darem “consultas” e, desta forma, ajudarem as crianças a perderem o medo da bata branca. A estes estudantes juntam-se outros de áreas como educação básica ou psicologia.
Numa tenda montada na entrada principal do Hospital de Braga, as crianças têm a oportunidade de  passar por várias estações.  A primeira é a triagem, onde explicam ao médico quais os sintomas do boneco doente, seguindo depois para a consulta, onde é medida a tensão e feita a auscultação. Na de psicologia, exploraram os sentimentos, desde a felicidade à tristeza e medo; no de cirurgia, aprenderam os procedimentos a ter antes e durante uma operação; na farmácia, ficaram a saber para que servem e quando devem tomar medicamentos ou fazer análises clínicas; na imagiologia, fizeram raio-x aos bonecos doentes. Já na estação da nutrição, as crianças ficaram a saber quais os alimentos saudáveis e quais devem evitar. Na do dentista aprenderam a escovar os dentes e, na de oftalmologia, fizeram um “rastreio” à visão.


Mariana Reis, estudante do 4.º ano de Medicina da Universidade do Minho e diretora desta 18.ª edição, explicou que esta é semelhante às anteriores, mas os jogos são novos, de modo a que a visita não se torne repetitiva para aquelas crianças que já visitaram em anos anteriores. 
Ano após ano, esta é uma iniciativa que conta sempre com uma boa adesão das famílias. «As pessoas guardam sempre estas datas para vir. Perguntam-nos quando vai acontecer», referiu.


E se as mais-valias para as crianças que participam são evidentes, permitindo-lhes contactar, de modo informal e divertido, com médicos, ficando a conhecer as diversas especialidades, também os estudantes que participam enriquecem o seu currículo escolar, já que têm a oportunidade de simular consultas. 
«Dá-nos a nós, estudantes, contacto físico e local com as crianças, percebemos como falar com elas  Recebemos muitos meninos ao longo dos quatro dias, todas elas com personalidades diferentes, e com isto ganhamos experiência e sensibilidade para lidar com eles», vincou Mariana Reis.