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Oposição considera orçamento para 2025 «ilusório» e «eleitoralista»

Oposição considera orçamento para 2025 «ilusório» e «eleitoralista»
Fotografia DM

Redação

Publicado em 26 de novembro de 2024, às 09:06

Ricardo Rio garante que os projetos inscritos vão ser executados.

O executivo da Câmara Municipal de Braga aprovou esta segunda-feira, com os votos contra do PS e da CDU, o Orçamento e Grandes Opções do Plano do Município para 2025, com uma dotação de 242 milhões de euros, a maior de sempre.

Na discussão dos documentos, os vereadores do PS e da CDU,  consideraram este «orçamento histórico», pelo volume de investimentos, «ilusório» e «eleitoralista», com opções e prioridades políticas que não vão ao encontro dos interesses e da qualidade de vida dos bracarenses.    

Segundo o socialista Artur Feio este orçamento, que comparou a um “balão de ar”, contém vários investimentos que não serão executados no próximo ano, criando a expetativa de que 2025 - o último de Ricardo Rio como presidente da Câmara - será um ano de muitas execuções.

O autarca apontou alguns projetos prioritários que ficam a “marcar passo” como a Variante do Cávado, a requalificação do Pavilhão Flávio Sá Leite, a execução da rede viária, a criação do Eco-Parque Monumental das Sete Fontes, a requalificação do Estádio 1.º de Maio. «Este é o maior orçamento municipal de sempre em termos numéricos, mas é também altamente dependente dos fundos comunitários, como o PRR, e das transferências do Governo Central. Apesar disso, não acreditamos que estas obras sejam concretizáveis em 2025», disse aos jornalistas Artur Feio.

O vereador lembrou que, ao longo dos últimos mandatos de Ricardo Rio, vários projetos estruturantes para a cidade ficaram por concretizar, mesmo com financiamento disponível. «Agora, a nove meses das eleições autárquicas, é irrealista pensar que um conjunto tão vasto de intervenções será executado», disse, destacando ainda outros projetos adiados como os da Torre de Menagem, Casa dos Crivos, Museu da Imagem e o media Arts Center no antigo Cinema São Geraldo.

Artur Feio questionou como é que para o Eco-Parque das Sete Fontes estão previstos no orçamento apenas 300 mil euros e lamentou a falta de investimento para a requalificação do Estádio 1.º de Maio. O PS garantiu que continuará a fiscalizar a execução do plano, e que aguarda para ver se nos próximos meses as metas estabelecidas serão cumpridas ou se, o orçamento não passará de «um balão de ar».

O vereador da CDU, Vítor Rodrigues, criticou a ausência de investimentos em áreas como as da habitação pública e mobilidade. «Braga está a ficar para trás em programas de habitação pública, enquanto outros municípios avançam a passos largos», atirou o vereador, destacando também a necessidade de remunicipalizar a Agere e de lançar a obra da ETAR do Este, uma promessa que, considerou, «tem andado aos tombos».

 Vítor Rodrigues criticou ainda a falta de articulação nos transportes públicos, a ausência de parques de estacionamento nas periferias o desinvestimento em espaços verdes e jardins infantis, elementos que considera cruciais para melhorar a qualidade de vida dos bracarenses.

Para o autarca, este orçamento para um ano eleitoral e de fim de mandato de Ricardo Rio, tem inscritos investimentos tão vastos  que “serão impossíveis de concretizar”. Também apontou a falta de investimento para a requalificação da Torre de Menagem, o Estádio 1.º de Maio e a Variante do Cávado que considerou «decisiva» para a mobilidade da cidade. 

O presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, rejeitou as críticas da oposição, afirmando que este orçamento contém uma «carteira enorme de projetos» cruciais para o desenvolvimento do concelho. Admitiu, contudo, que algumas obras irão prolongar-se para além deste mandato, porque «envolvem etapas como a elaboração de projetos, auscultação de entidades, concursos e aprovação em instâncias como o Tribunal de Contas».

O autarca explicou que o executivo não trabalha apenas para o curto prazo eleitoral, mas para além dos ciclos autárquicos.  «Lançamos as obras quando temos os recursos e as condições para o fazer. Algumas já estão em execução, outras avançarão em 2025 e algumas apenas em 2026, consoante as possibilidades e prioridades», acrescentou.

Em relação ao projetos de grande dimensão, como a Variante do Cávado e a requalificação do Estádio 1.º de Maio, Rio reconheceu a necessidade de reforços extraordinários de financiamento, mas garantiu que outras áreas prioritárias, como saúde, educação, vias rodoviárias e equipamentos culturais, avançam no próximo ano.

Ricardo Rio manifesta «orgulho» em Orçamento que refete «muitos compromissos» assumidos

O presidente da Câmara de Braga revelou ontem sentir «orgulho» no orçamento da câmara para 2025, o último do seu mandato, destacando que reflete muitos dos compromissos assumidos no concelho ao longo de 12 anos de gestão autárquica. «Este é um orçamento que me deixa muito orgulhoso. Reflete muitos projetos que vão mudar a realidade do nosso território», salientou Ricardo Rio, apontando intervenções como a requalificação da Fábrica Confiança, a nova residência universitária e as intervenções em equipamentos culturais, educativos e de saúde, segundo o qual vão «mudar a realidade do território».

Sublinhou ainda que o orçamento para 2025 reflete o equilíbrio entre investimento em grandes projetos estruturantes e a continuidade de políticas sociais, culturais e económicas. «Os grandes projetos de transformação de Braga, aqueles com impacto duradouro para o futuro do concelho, decorreram durante esta última década, e este orçamento reflete essa visão de futuro», acrescentou.

Referindo-se à evolução de Braga na última década, o autarca - que encerra com este orçamento um ciclo de 12 anos à frente da Câmara de Braga - considerou que a cidade é hoje «uma cidade diferente, mais qualificada e mais capaz de proporcionar qualidade de vida às pessoas». «Em todas as áreas da gestão municipal, fizemos o que estava ao nosso alcance para contribuir para essa transformação», acrescentou.