Percursos pedonais abandonados, lixo espalhado pelo chão, incluindo seringas, falta de iluminação, ausência de vigilância. Estes foram os principais problemas denunciados pelo vereador socialista Artur Feio, em relação ao parque do Picoto, ontem, na reunião quinzenal do executivo. O autarca falou num «abandono absoluto» e «degradação total» de uma zona para a qual defendeu um estudo urbanístico que considere o bloqueio do acesso direto entre o parque e o bairro social do Picoto. «Aquela zona não é usufruída, é uma zona pouca higienizada, há seringas e preservativos pelos chão», disse o autarca. Para Artur Feio, naquele parque «não existe vida» e é necessário repensar a sua revitalização, tendo convidado o presidente da Câmara de Braga a visitar e frequentar aquele espaço. «O Picoto aparece nos nossos roteiros turísticos e é obrigatório que seja repensado, sob pena de o perdermos», acrescentou.
Em resposta, o vereador do Ambiente, Altino Bessa, garantiu que os percursos do Picoto «estão transitáveis» e lembrou que no local têm sido feitas várias intervenções como manutenção dos passadiços, reforço da iluminação pública, ações de limpeza e plantações. «Há cada vez mais pessoas a frequentar o Picoto», assinalou o vereador, explicando que se há lixo espalhado pelo chão deve-se à falta de civismo, não à falta de papeleiras. Num discursos mais inflamado, Altino Bessa acusou o PS de querer criar um «tampão» entre o parque e o bairro do Picoto. «Talvez levantar um muro e criar uma espécie de Faixa de Gaza», ironizou. Para Altino Bessa, isso seria tratar os habitantes do bairro como «cidadãos de segunda». Lamentando a comparação, Artur Feio contrapôs que a solução não passa por muros, mas sim por encontrar soluções. «Até com vegetação se resolve isso», concluiu. Na reunião, o PS questionou ainda o corte de árvores na Rua Garcia de Horta, por trás do Monte do Picoto, referindo que os moradores estão indignados por essa ação. Ricardo Rio explicou que as árvores foram retiradas pela Junta de Freguesia de Nogueira porque estavam podres, de acordo com parecer técnico dos serviços municipais, e vão ser substituídas por novas.