Através de uma recriação histórica, que decorreu no lavadouro da Praceta Fonte Carreira, as crianças do Jardim de Infância de Dume foram convidadas a lavar no tanque os seus próprios peluches, enquanto outra geração, os utentes do Centro Comunitário de S. Martinho de Dume, assistiram a uma celebração intergeracional.
Esta dinamização faz parte de um leque de iniciativas promovidas no decorrer do projeto “Memórias do Tanque”, desenvolvido pela AGERE, pela Universidade do Minho e pela Fundação Bracara Augusta, e que pretende fazer um levantamento, caraterização, classificação e dinamização dos lavadouros, tanques e fontanários públicos do concelho de Braga.
Para Rui Morais, Presidente do Conselho de Administração da AGERE, esta dinamização, que tem como tema o “Património Vivo” das Jornadas Europeias do Património, “cria a oportunidade de trazer de novo as pessoas até estes sítios, que sãotão atrativos em termos culturais”, além de potenciar “uma ação intergeracional entre aqueles que são os maiores conhecedores do uso destes locais – as pessoas mais antigas – e o facto de começar a trazer os mais jovens para aquilo que é a nostalgia e o conhecimento daquilo que era feito no passado”.
A presença das crianças neste tipo de atividades não é apenas um momento de entretenimento, uma vez que, na visão do Presidente do Conselho de Administração da AGERE, “também aqui se reúnem as condições ideais para criar uma narrativa à volta da sustentabilidade e que sensibiliza os mais novos para a importância da água”.
A recriação histórica marcou o arranque de mais uma fase do projeto “Memórias do Tanque”, que está na fase da catalogação e vai agora iniciar o levantamento dos equipamentos hídricos na Freguesia de Dume, e no qual, Rui Morais revela que “já foram identificados 300 tanques, fontanários e lavadouros em todo o concelho de Braga”.
O administrador da AGERE divulgou ainda que a “intenção é chegar ao final de 2024 com todos os pontos identificados nas várias freguesias, para que, numa fase seguinte, se inicie a sua recuperação, com o apoio dos fundos comunitários do Programa 2030, potenciando aqueles que possam ter um maior valor arquitetónico e cultural”.
Em conjunto com a Universidade do Minho, será posteriormente criado um roteiro do património existente, que vai permitir identificar as características de cada ativo, incluindo referências à proveniência e tipologia da água.