A Arribas do Douro apresentou, em Braga, o seu novo vinho, que tem o sugestivo nome de “Primavera em Barricas”, um monocasta de Viosinho, de 2021, com estágio em barricas, comercializado numa série de 2666 garrafas numeradas.
O lançamento do novo vinho decorreu no restaurante D. Júlia, com a presença do distribuidor local, a Chamvin, de Vieira do Minho, que tem trabalhado para a afirmação da marca na região. O evento serviu também para a degustação do azeite, das azeitonas e das pastas de azeitona da empresa de Freixo de Espada à Cinta.
O administrador da Porttable – grupo familiar no qual a marca Arribas do Douro está integrada – explica que o “Primavera em Barricas” surge como um grande reserva branco, mas sem recorrer a essa designação tradicional, comum a todas as marcas, mas pouco significativa para designar um vinho singular.
«Este é um 100% Viosinho, um vinho altamente floral, com uma acidez bastante equilibrada e um grau alcoólico elevado para um vinho branco (14,5%). A caraterística que mais se destaca no Viosinho é a floralidade. Para não termos um nome banal, como grande reserva, super reserva ou colheita selecionada, associámos essa floralidade à Primavera. Uma vez que o vinho tem estágio em barricas, fizemos a junção, dando origem ao “Primavera em Barricas”», revela Miguel Massa ao DM.
Para o rótulo foi concebido um vitral, que associa a cegonha-preta, identificativa da Arribas do Douro, com a flor de amendoeira, que surge na Primavera e traz uma beleza acrescida a Freixo de Espada à Cinta, concelho por onde passa a Rota da Amendoeira em Flor.
Todos os aspetos deste vinho foram pensados cuidadosamente, a começar pela ideia que norteou o seu lançamento. «Este é um vinho chamado projeto, porque não faz parte do nosso portfólio normal», refere o empresário, adiantando que faltava à marca um vinho banco “premium”, que completasse a gama normal, composta por dois colheitas (branco e tinto), três superiores (branco, tinto e rosé), dois reservas (branco e tinto) e um grande reserva tinto com 18 meses de estágio em barrica.
Mantendo a linha de inovação e diferenciação, está agendado para setembro o lançamento de «algo distinto»: um multivarietal tinto, com 30 meses em barrica, que também vai ter um nome criativo.
Valorizar produtos do Douro Superior
Valorizar os produtos do Douro Superior tem sido a missão de Miguel Massa, que há sete anos revolucionou a forma como são comercializados os produtos da família, que possui a Quinta Arribas do Douro e a Quinta d’Alva, com uma área total de 130 hectares, maioritariamente compostas por vinha e olival, em regime de agricultura tradicional e biológica.
Sendo a quarta geração de uma família desde sempre ligada à agricultura, assumiu o desafio de «lançar uma marca nova no mercado». «Até 2015, fomos sempre crescendo com base na produção a granel. O vinho era feito na cooperativa local e o azeite era feito no nosso lagar e vendido a granel para Itália e Espanha», conta.
Como entende que os produtos do Douro devem ser comparados aos das regiões mais prestigiadas do mundo e que não faz sentido vender produtos de excelência a granel para depois serem comercializados com marcas de outros países, em 2015, avançou com uma marca própria para o vinho, o azeite e a azeitona (azeitona descaroçada e pasta de azeitona).
Pensada para o mercado internacional, a Porttable – que significa “Portugal at Table (Portugal à mesa) – pretende «fazer chegar os produtos alimentares portugueses à mesa de cada vez mais consumidores a nível mundial», agregando as marcas Arribas do Douro e Cesteira.