O Grupo Parlamentar do PCP na Assembleia da República recorreu às declarações da Administração do Hospital de Braga para defender que a realização de investimento na ampliação das instalações permite uma maior poupança do que a foi anunciada pelo Conselho de Administração, que está alugar blocos operatórios de outras unidades hospitalares para realização de cirurgias de ambulatório com equipas da unidade hospitalar de Braga.
Numa nota dirigida ao Governo, os deputados comunistas afirmam que «apesar de o Hospital de Braga ter apenas 12 anos, as 13 salas operatórias, duas só para a urgência, têm uma taxa de ocupação muito elevada, pelo que tem tomado a opção de alugar instalações em unidades privadas, de forma a superar as listas de espera».
Acrescentam os parlamentares do Partido Comunista Português que, «desde que, entre 2019 e 2022, o Hospital de Braga aumentou em 41 por cento a atividade cirúrgica», tendo a «grande lista de espera» descido de «19 mil doentes a aguardar cirurgia para cerca de 12 mil», desde que acabou o modelo de gestão privada.
Salientando que «o Hospital de Braga pagou cerca de 13,7 milhões de euros para fazer 19 mil e 200 cirurgias em instalações privadas e em misericórdias», mas que «esta opção permitiu poupar bastante tendo em conta que a alternativa seria o pagamento de cheques- -cirurgia», o Grupo Parlamentar do PCP sublinha que, o próprio Conselho de Administração assumiu que essa «foi a melhor alternativa que o Hospital de Braga encontrou, enquanto não se verificar a concretização de um projeto de construção do edifício de cirurgia de ambulatório adjacente ao hospital, aguardado há vários anos» e que «permitirá expandir a atividade e criar salas exclusivas para a cirurgia cardíaca e a cirurgia vascular».
Deixando claro que a concretização do investimento referido pela Administração permitiria prestar mais cuidados de saúde a um preço mais baixo, os deputados comunistas questionam «quais os motivos para a demora na concretização da ampliação das instalações do Hospital de Braga, nomeadamente a construção de novo edifício de cirurgia ambulatório».
«E qual o prazo que prevê para a sua construção?», refere a comunicação dirigida ao Ministério da Saúde, através da Assembleia da República. Perguntando se face à «experiência do Hospital de Braga de realização de cirurgias em instalações externas ao hospital com os seus profissionais médicos devido à ocupação elevada das instalações próprias, não considera o Governo prioritário a construção de novas instalações de cirurgia ambulatório neste hospital», os deputados comunistas à Assembleia da República não escondem que querem saber se o Governo «não considera que um investimento na ampliação instalações traria a prazo um retorno de poupança».