Sim à vacinação, pois são maiores os riscos para a Saúde Pública sem ela do que com ela. Não sou médico, mas trabalho há muitos anos com o Direito da Biomedicina, quer como Investigador, quer como Professor Convidado de Centros de Investigação e Universidades Portuguesas e Estrangeiras. E há o Direito à Saúde Pública, art. 64º da Constituição, “Saúde Constitucional: Direito e (alguns) Facto(s)”, Diário do Minho, 11/1/19. Durante 3 anos fui aliás o único Jurista da Comissão de Ética do Instituto Português de Oncologia do Porto, o maior de Portugal, no qual por diversas vezes desci ao Inferno de Dante e do profundo infortúnio de milhares de pessoas. Cujas histórias passaram a fazer parte do meu dia a dia. Funções que por tudo e mais algumas razões devem ser sempre rotativas. Quando mais gente passar por lá, tanto melhor. Mais ficam a saber da condição do ser humano e do patético que é serem mesquinhos e invejosos. Sim à vacinação! Há por vezes efeitos secundários? Com certeza. Existem por vezes situações que não correm bem? Sim, como em tudo na vida. Mas são excepções que confirmam a regra se olharmos para a totalidade de vacinados. Viva a Ciência, agradecimentos públicos, no concreto, a todas as marcas de vacinas aprovadas nos países Democráticos de Direito. Sem prejuízo do “Levantamento de Patentes das Vacinas Covid-19? Sim, mas cuidado”, DM, 7/5/21. As vacinas já salvaram a vida de milhares de milhões de pessoas. Não esquecendo porém que o crescimento da população mundial está a atingir números que são insustentáveis do ponto de vista ambiental. Sobre isso e acerca da crise climática global, “Extinction Rebellion & Insustentável População Mundial?”, Diário do Minho, 26/7/21. Vamos então às vacinas como reais salvadoras de milhares de milhões de vidas e que evitam profundo sofrimento físico e psicológico, desde que foram descobertas. Não ignorando em caso algum que também existem outras formas de prevenção e cura. Mas, no presente momento, são modos complementares e não substitutos. P.e.: 1º se não fosse a vacina do tétano e milhares de milhões de crianças teriam convulsões, contratura dos músculos, asfixias e morte; 2º a vacina contra a poliomielite previne também que milhões de crianças tenham paralisia, meningite, insuficiência respiratória, incapacidade, morte; 3º a vacina contra o sarampo evita a pneumonia, a infecção cerebral, a cegueira, a surdez, a morte; 4º também a tosse convulsa pode ser evitada pela vacinação, a qual impede a pneumonia, a paragem respiratória, lesões cerebrais, rectius, risco de morte. Enfim, há inúmeros exemplos de tipos de vacinas como: contra a gripe, difteria, hepatite A, antiofídica, antipneumocócica, e pneumocócica conjugada ou polissacarídica, antirrábica, antirrubéola, malária, parotidite epidémica, varicela, varíola, cocaína, cólera (lembrando o Romance de Gabriel García Márquez, “O Amor nos tempos de cólera”), liofilizada contra a cólera, coqueluche (tosse febril e convulsa já referida), esquistossomose, febre amarela, febre tifoide, hepatite B, HIV-SIDA, HPV, rotavírus, vacina Hib, rinite atrófica, meningocócica, vacina tetravalente, V10, virião fragmentado contra a gripe, VSV-EBOV, RNA, entre outras. Aliás, v. notícias: “O Facebook removeu centenas de contas nas suas redes sociais associadas a uma empresa de publicidade russa que estava a pagar a utilizadores populares nas redes sociais (os chamados “influencers”) para dizer mal de vacinas criadas fora da Rússia, como é o caso da Pfizer e da AstraZeneca. O objectivo era chegar a pessoas na Índia, América Latina e EUA, mas a campanha teve pouco sucesso e vários influencers denunciaram as propostas que receberam”, Público, 11/8/21; ou “Como esquema de perfis falsos espalha propaganda pró-China em 4 redes sociais / Cada um desses indivíduos foi acusado… de espalhar desinformação, incluindo informações falsas sobre a covid-19”, BBC, 9/8/21. Segundo uma frase atribuída por alguns a Oscar Wilde, “a vida é a única doença que passa com o tempo” …
Autor: Gonçalo S. de Mello Bandeira