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Trump, prémio Nobel da Paz?

 

 

O facto mais relevante, pelo menos em conceito próprio, foi a paz alcançada entre o Hamas e Israel. A faixa de gaza ficou destruída, crianças houve que morreram de fome, mulheres em desespero e medo, homens a fazer de animais de carga; tudo isto se acumulou em cada um dos habitantes do enclave como uma maldição divina. No entanto, os deuses não se vingam, antes perdoam, não promovem as guerras, antes a concórdia, não destroem, antes criam, logo dizer-se que foi castigo de Deus é cometer uma injustiça. A figura central deste acordo de paz é, e foi, Donald Trump que, antes de o absolvermos das suas ideias, das suas loucuras expansionistas, antes de lhe tirarmos o chapéu, haveremos de concordar que está no bom caminho para um dia ser Nobel da Paz. Para já, a sua expiação passará pela paz entre o seu amigo Putim e o sacrificado Zelensky da Ucrânia. Sem isso, o pecado é grave demais para merecer um prémio máximo da concórdia. Olhar para a Rússia de Putim é o mesmo que ter olhado para a guerra de Natanyahu: o genocídio. A paz entre Israel e Hamas ou a Palestina, infelizmente parece-me uma alvarelha entre duas chuvadas. Estaremos num intervalo entre duas guerras? Qual dos beligerantes irá ser acusado de quebra do tratado do armistício e servir-se disso para novo recomeço? Ali reina a luta religiosa que, levada ao fanatismo, se assemelha à guerra ideológica. Trump merecia o prémio da paz se conseguisse que a Rússia acabasse com o expansionismo por que anda obcecada. Sem isso tudo nos parece periclitante “firme”; aquela instabilidade gera toda a incerteza, mãe de todos os receios. Uma pequena referência as autárquicas cá no nosso Portugal. Ganhou a social democracia nas suas duas formas, PSD e PS. Estas duas forças políticas representam uma sociedade que adora a paz e, por isso, lhe vai dando, eleição a eleição, o “nobel da paz português”.

Paulo Fafe

Paulo Fafe

20 outubro 2025