Celebra-se o Batismo e liga-se o «interruptor» até ao início da catequese. Sucede que, ao longo do itinerário catequético, são muitas as vezes em que o «interruptor» permanece ativado.
Com algumas exceções, muitos limitam-se a aparecer nas sessões da catequese e nas respetivas festas conclusivas. Afora estes momentos, o «interruptor» parece sempre ligado.
Quando a catequese termina – embora nunca devesse terminar –, o «interruptor» fica teimosamente ativo por alguns anos.
Eventualmente, pode haver um retorno à Igreja na celebração do Matrimónio, no Batismo dos filhos, nas Exéquias e em pouco mais.
Ressalvando o óbvio simplismo da metáfora, não deixa de ser verdade que muitos cristãos dificilmente vivenciam a fé que os devia possuir. O «interruptor» está, quase sempre, ativo.
Ou seja, a expressão comunitária da fé vê-se constantemente interrompida, estagnada em modo «interruptor».
E, não obstante, os que assim se comportam não deixam de se considerar cristãos e católicos.
Idealizam Jesus Cristo em função deles em vez de optarem por viver em função de Jesus Cristo. Como inverter esta situação? Como desativar o (pernicioso) «interruptor»?
Com o melhor dos propósitos, alguns entendem adequar Jesus Cristo à sensibilidade dominante.
Promovem eventos que enchem templos e praças, mimetizando os espetáculos que agregam multidões. O efeito agregador verifica-se. Mas rapidamente se dissolve reacendendo-se o «interruptor» e voltando-se ao vácuo.
Um cristianismo ocasional aconchega-se com a participação de poucos provenientes de muitos locais em dias previamente agendados. O efeito cénico pode deslumbrar, mas depressa se desvanece.
Acresce que o cristianismo é geneticamente marcado pela assiduidade (cf. At 2, 42), sem interrupções nem «interruptores».
O número pode ser mais reduzido, mas o tempero e a fermentação não têm comparação. E, deste modo, o Evangelho não fermenta apenas em alguns dias, mas em todas as horas.
Como eliminar então os indesejáveis «interruptores»? Desde logo, batendo a todas as portas (cf. Ap 3, 20) com o convite primigénio: «Venha e verá» (cf. Jo 1, 39).
Num mundo que perdeu a última réstia de pudor, não tenhamos vergonha de convidar para ver Cristo, para o encontro com Cristo, para a vida em Cristo.
Usemos os contactos pessoais e não renunciemos às estradas digitais. Todos os caminhos deverão ser percorridos por causa de Cristo.
Mostremos que viver «por Cristo, com Cristo e em Cristo» é o maior – a bem dizer, o único – fornecedor de felicidade que existe.
Não renunciemos, porém, a realçar que o compromisso com Cristo não admite qualquer «interruptor». É para sempre.
Trata-se, no fundo, de imitar o próprio Jesus: na oração, no anúncio, na cura de todas as enfermidades.
Ele é o medicamento e o médico, a cura e o curador, a salvação e o salvador. Vamos dizer «não» a quem sempre nos diz «sim»?