A Arquidiocese de Braga conclui hoje, domingo da solenidade de Cristo Rei, as peregrinações jubilares dos 13 arciprestados à Sé Primacial com um apelo do Arcebispo Metropolita à renovação do compromisso pelo bem comum e pela dignidade da pessoa humana.
Na peregrinação jubilar do arciprestado de Vieira do Minho, que juntou cerca de 700 peregrinos, D. José Cordeiro desafiou cada peregrinos a reordenar a sua vida, a recomeçar e a «renovar o coração nos valores do Evangelho».
«Que a nossa vida aqui e no regresso a vossas casas seja uma bênção e que renove em nós esta atitude do serviço a Deus, aos outros, ao bem comum, à dignidade da pessoa humana», afirmou.
D. José Cordeiro recordou também o pedido que o Papa fez ontem a toda a Igreja, e de modo especial aos jovens, para que sejam testemunhas credíveis do Evangelho.
«Cultivemos essa amizade com Jesus pelos sacramentos, domingo após domingo, Páscoa após Páscoa, para que cada um de nós possa ser um verdadeiro artesão de paz, de amor, de fraternidade e de humanidade», exortou na homilia.
Peregrinações levaram 20 mil fiéis à Sé
Com a peregrinação de ontem do Arciprestado de Vieira do Minho, ficaram concluídas as peregrinações jubilares desde que a 29 de dezembro de 2024 a Arquidiocese abriu, na Catedral, o Ano santo Jubilar.
Segundo o Arcebispo de Braga, cerca de 20 mil pessoas participaram nestes peregrinações, além de muitos outros fiéis que se deslocaram à Igreja Mãe da Arquidiocese individualmente ou em família.
Para D. José Cordeiro, o balanço é «muito significativo» e revelador do interesse suscitado pelo Jubileu 2025.
«A maioria das pessoas veio pela primeira vez à Sé Primaz. Já só por isso valia a pena a nossa peregrinação, mas tem muito mais alcance do que este. Olhar esta Sé Primaz, dedicada há 936 anos, a mais antiga de Portugal, como a Igreja Mãe de todas as igrejas que peregrinam nesta Arquidiocese, nas 551 paróquias e nos agora 13 arciprestados», sublinhou o prelado.
O encerramento do Ano Santo Jubilar na Arquidiocese de Braga será no dia 28 de dezembro, festa da Sagrada Família, e contará com a participação de 13 coros — um por arciprestado — num «tom festivo», indicou.
Na homilia, o Arcebispo refletiu sobre o sentido da peregrinação, referindo tem um «alcance maior» quando acontece em comunidade e em Ano Santo.
A solenidade de Cristo Rei, celebrada no último domingo do ano litúrgico, serviu de enquadramento reflexão do Arcebispo, que destacou a natureza paradoxal da realeza de Cristo: «A realeza de Cristo não é de poder, de domínio, riqueza ou fama, mas de amor, verdade, liberdade e doação inteira da vida», explicou.
A esperança não existe sem a fé e sem o amor. A Senhora da Fé, que se venera com tanta devoção em Vieira do Ninho, interliga o caminho de esperança e de amor. Estas virtudes teologais não podem viver separadas. Não pode haver esperança autêntica sem uma fé firme e sem uma caridade generosa.
Apontando a cruz como «máximo sinal de amor, da doação inteira», D. José denunciou as tentações de individualismo: «Salva-te a ti mesmo, governa-te a ti mesmo, olha por ti os outros que se arranjem. Estas tentações aparecem a todos. Mas sabemos que sozinhos não somos pessoas, sozinhos não somos cristãos; somos com os outros e uns ao lado dos outros».
Jovens, uma presença viva e criativa na Igreja
No dia em que a Igreja celebrou também o Dia Mundial da Juventude - instituído por São João Paulo II em 1985 - o Arcebispo de Braga destacou a importância dos jovens para a vida da Igreja e enalteceu a presença de muitas crianças e jovens provenientes do Arciprestado de Vieira, particularmente escuteiros.
Para D. José, os mais novos «não são apenas o amanhã, são o agora da Igreja», são «pertença ativa e criativa na Igreja» que «peregrina na Arquidiocese de Braga», a qual celebra este dia anualmente no primeiro sábado de julho.
A celebração foi solenizada pelo Grupo Coral do Divino Salvador de Rossas, dirigido por Catarina Bouças e constituído na sua maioria por jovens, alguns deles instrumentistas.
A peregrinação iniciou-se na Igreja de São Paulo com uma oração e a entoação do Hino do Jubileu, ao que se seguiu a procissão até à Sé Catedral, debaixo de chuva, o que não impediu a participação numerosa de fiéis de Vieira do Minho.
Em representação do Município estiveram o presidente da Câmara Municipal, Filipe Oliveira, o presidente da Assembleia Municipal, António Lobo Gonçalves, e os vereadores Pedro Pires e Ana Ribeiro.