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Papa pede espiritualidade na recolha de fundos para missões

Papa pede espiritualidade na recolha de fundos para missões
Fotografia LUSA

Agência Lusa

Agência noticiosa

Publicado em 03 de junho de 2023, às 16:03

O objetivo é prevenir a corrupção.

O papa Francisco pediu este sábado que a recolha de fundos para as missões da Igreja Católica seja guiada pela espiritualidade, de forma a prevenir a corrupção, noticiou a agência de notícias Associated Press (AP).

O líder da Igreja Católica lançou o apelo num discurso para os diretores nacionais das Obras Missionárias Pontifícias do Vaticano, que recolhem fundos para as missões realizadas em países em desenvolvimento, apoiando concretamente a construção de igrejas e a formação de padres e freiras.

Francisco realçou que a recolha de fundos não pode ser considerada um negócio, devendo ser guiada pelo objetivo de espalhar os Evangelhos. “Por favor, não reduzam a dinheiro as Obras Missionárias Pontifícias”, instou Francisco, frisando que estas são “um meio” que é “maior do que dinheiro”.

O papa avisou ainda que, “se faltar espiritualidade e [a recolha de donativos] for apenas um negócio, a corrupção aparecerá de imediato”, recordando que têm sido noticiadas “muitas histórias de alegada corrupção em nome da natureza missionária da Igreja”.

Segundo a AP, o papa desviou-se do discurso previamente preparado e pareceu fazer referência a uma investigação recente da agência sobre transferências financeiras da filial americana das Obras Missionárias Pontifícias. Essa investigação revelou que o anterior responsável terá passado 17 milhões de dólares (15,8 milhões de euros) em donativos e doações para um fundo de capital privado, ligado a investimentos agrícolas em África. O Vaticano garante que está a procurar clarificar o caso da sucursal nos Estados Unidos, que, segundo a AP, parecem ter respaldo legal.

A nova liderança das Obras americanas procedeu à análise legal das transferências e concluiu que estas foram aprovadas de forma coerente com os poderes da administração anterior. De qualquer forma, substituiu os diretores e funcionários das Obras que aprovaram as transferências, para assegurar que o caso não se volta a repetir.

Em resposta à Investigação da AP, o reverendo Andrew Small, anterior diretor das Obras nos Estados Unidos – e que é agora o ‘número dois’ do conselho consultivo para proteção das crianças criado para dar resposta aos abusos sexuais na Igreja –, defendeu as transferências como consistentes com a missão da organização e da Igreja.