A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Arcos de Valdevez revelou hoje que a Polícia Judiciária (PJ) realizou na terça-feira buscas no quartel, em particular nos equipamentos informáticos da corporação, e que não há arguidos constituídos.
Em comunicado enviado às redações, após notícia avançada pelo jornal digital O Minho dando conta de buscas nos bombeiros "na sequência de denúncias anónimas, relacionadas com os pagamentos estatais de combate aos fogos florestais", a Associação Humanitária explica que a diligência da PJ “não visou nenhum membro da direção”.
“A investigação incide sobre seis bombeiros, cuja identidade não se revela, e diz respeito a uma questão de índole operacional”, acrescenta a direção dos bombeiros de Arcos de Valdevez, no distrito de Viana do Castelo.
A Associação Humanitária, cuja direção é presidida por Germano Amorim, sublinha que “sempre se regeu e rege pelo princípio da transparência”, e transcreve o motivo da busca da PJ “aos equipamentos informáticos que se encontrem alocados ao Quartel dos Bombeiros Voluntários de Arcos de Valdevez”.
No documento recebido pela direção da Associação Humanitária, a PJ diz ser expectável que possa estar armazenada em equipamentos informáticos "documentação a analisar, designadamente escalas de serviço, onde consta o dia, período de serviço – hora de início e hora de fim do serviço, o número mecanográfico, o nome, a categoria de cada elemento que desempenha funções no âmbito do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR), bem como o relatório de presenças com registo legível do pagamento, comprovativos de pagamento da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC)”.
A operação policial visou ainda “folhas de vencimento dos bombeiros, nomeadamente dos referidos na denúncia, escalas da Equipa de Combate a Incêndios (ECIN), ativações de serviço diário e do DECIR, no período de vigência dispositivo, entre outros".
“Por conseguinte, importa aceder aos dados constantes dos equipamentos informáticos alocados ao quartel dos Bombeiros e bem assim aos telemóveis dos denunciados e beneficiários (…), com vista à pesquisa e recolha dos mencionados documentos, conversas/mensagens trocadas entre os suspeitos conotados aos ilícitos penais em investigação, assim como as conversas trocadas nas redes sociais Facebook, Instagram, WhatsApp, armazenadas(…)”, refere a nota enviada pela Associação Humanitária.
A direção da corporação realça que, “estando a investigação em curso, até prova em contrário, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Arcos de Valdevez crê na inocência dos seus bombeiros”.