O protocolo assinado na manhã deste sábado, dia 22 de março, no Museu da Cultura Castreja, em Briteiros S. Salvador, entre o Município de Guimarães, a Sociedade Martins Sarmento e a União de Freguesias de Briteiros S. Salvador e Briteiros Santa Leocádia, vai permitir a recuperação de troços da ribeira da Agrela e rio Febras. O projeto vai transformar a Quinta da Ponte, onde se realiza o festival ‘Rock no Rio Febras’, em Parque Florestal.
O protocolo, assinado esta manhã no Museu da Cultura Castreja, prevê que os terrenos da Quinta da Ponte, propriedade de Francisco Martins Sarmento que é zelada pela Sociedade Martins Sarmento, possa vir a ser o ponto de partida para uma recuperação e renaturalização que, como explicou a arquiteta paisagística Sara Terroso, do Laboratório da Paisagem, vai permitir intervencionar uma área de cerca de seis hectares que alberga uma biodiversidade arbórea e animal muita rica. Criar áreas de estada e lazer, ordenar o espaço e definir tipologias de uso, criar locais de aprendizagem e usufruto da comunidade, bem como de observação da fauna e da flora, são objetivos de um programa mais ambicioso que, como espera o presidente da Câmara Municipal, Domingos Bragança, possa ligar este Parque da Florestal a toda uma zona ripícola mais vasta que vai proteger a natureza e os recursos naturais, completando o Parque Linear Natural, ao longo das margens dos rios do concelho.
Nas intervenções protocolares, o presidente da Sociedade Martins Sarmento, Antero Ferreira, enalteceu a figura de Francisco Martins Sarmento, numa altura em que passam 125 anos da data da sua morte, pelo desprendimento que permitiu disponibilizar à sociedade vimaranense um importante acervo das suas coleções e propriedade,e que permite que hoje o Parque da Ponte, situado em terrenos outrora seus, seja usufruído pela comunidade. “Queremos, com este projeto, valorizar o legado da Martins Sarmento”, referiu.
O presidente da UF de Briteiros S. Salvador e Briteiros Santa Leocádia, Diogo Costa, falou de “um dia feliz” e de um protocolo de grande importância para toda a região. Dirigindo-se a todos os presentes, Diogo Costa lembrou o trabalho de Sofia Ferreira, vereadora do Ambiente, para que o projeto viesse a ser possível, sem esquecer a aposta de Domingos Bragança na preservação dos espaços verdes, e a disponibilidade da Sociedade Martins Sarmento. O Laboratório da Paisagem também não foi esquecido na intervenção do presidente da União de Freguesias, dado o seu papel fundamental no rigor científico do projeto, que desejou que o novo Parque da Ponte possa vir a ser usufruído por todos, comunidade, escoteiros, e todos os habitantes e visitantes da região.
Domingos Bragança fez questão de valorizar a importância do protocolo assinado e a importância dos seus intervenientes. O edil referiu-se com especial deferência à Sociedade Martins Sarmento, considerando “excecional a entrega para uso do seu acervo e património, embora dentro das condições que garantam o seu respeito e preservação, à comunidade”. “Não é fácil o Município ter acesso a parcelas de terreno para desenvolver alguns dos seus projetos de comunidade e em especial os ambientais. A SMS assumiu o exemplo, a boa referência, do caminho a seguir”, frisou.
Domingos Bragança agradeceu também à União de Freguesias de Briteiros S. Salvador e Briteiros Santa Leocádia pelo empenho e entusiasmo para que fosse possível o avanço do projeto, sem esquecer o labor da vereadora Sofia Ferreira. Nunca esquecendo o papel fundamental da estrutura técnico-científica do Laboratório da Paisagem, bem como das equipas técnicas do Município, além da emoção com que se dedicam aos projetos de transformação ambiental do concelho de Guimarães, o presidente da autarquia lembrou que a defesa do ambiente é uma aposta “com convicção”, e não porque está “na moda”.
Domingos Bragança terminou a sua intervenção lembrando o papel de todas as instituições da União de Freguesias, sem esquecer o trabalho da Casa do Povo de Briteiros na promoção do “Rock no Rio Febras”, que espera vir a ser um motor de divulgação cada vez mais importante da região, e da comunhão entre a cultura e a natureza.