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CIM Alto Minho quer paragem do TGV em Ponte de Lima. Autarca de Viana do Castelo “colhido de surpresa”

CIM Alto Minho quer paragem do TGV em Ponte de Lima. Autarca de Viana do Castelo “colhido de surpresa”
Fotografia

Redação/Lusa

Publicado em 03 de setembro de 2024, às 12:25

Linha entre Arcos de Valdevez e Ponte de Lima também em cima da mesa.

O presidente da Câmara de Viana do Castelo disse hoje ter sido “colhido de surpresa” com a proposta da Comunidade Intermunicipal (CIM) Alto Minho de completar o Plano Ferroviário Nacional (PFN) com uma linha entre Arcos de Valdevez e Ponte de Lima.

“Para mim é uma novidade. Não faço a mínima do que seja. Fui colhido de surpresa com essa notícia”, afirmou Luís Nobre, na reunião do executivo municipal.

O autarca socialista respondia ao vereador independente Eduardo Teixeira, que deu conta de uma notícia hoje publicada pelo jornal galego Faro de Vigo.

De acordo com o jornal, “a CIM Alto Minho apresentou ao Governo central o seu contributo ao PFN, no qual incorpora pequenas ações para melhor estruturar a sua região e maximizar os benefícios do comboio na mesma”.

“Acredito pouco na solução, mas serei solidário com os meus colegas. Às vezes não ajudam a atrair e a fixar, bem pelo contrário, ajudam a esvaziar os territórios. A mim não me choca que se apontem caminhos. Há até quem defenda o prolongamento do metro até Viana do Castelo, mas depois é preciso perceber qual a eficácia destas infraestruturas”, disse Luís Nobre.

Segundo o autarca, a “defesa” do Alto Minho deve ser a Linha do Minho, que “serve de forma mais ampla e transversal” toda a região, enquanto a proposta da CIM hoje noticiada pela impressa espanhola “servirá cerca de quatro ou cinco empresas ou cerca de 20 mil habitantes”.

A proposta, segundo o jornal, aponta para “a construção em Ponte de Lima de uma paragem da nova linha de alta velocidade, que serviria de “Estação Intermédia do Alto Minho”, para reduzir o tempo de viagem para Braga (menos de 20 minutos) e para o Porto (cerca de uma hora), com uma paragem também no seu aeródromo. Esta revolução na conetividade estender-se-ia também à Galiza e aos distritos do sul do país, como Aveiro, Leiria e Coimbra”.

“Para tal, propõe-se a construção de uma nova linha ferroviária convencional paralela à atual A27, servindo de eixo transversal complementar ao prometido para o ano de 2032. Este eixo ligaria Arcos de Valdevez, Ponte da Barca e Ponte de Lima a Viana do Castelo e ao seu porto”, refere o Faro de Vigo.

A CIM Alto Minho “sublinha que esta ligação permitirá aumentar as exportações da região, que é altamente especializada em indústrias transformadoras e no setor florestal”, adianta a noticia.

“É precisamente este tipo de tráfego que mais beneficiaria com o novo ramal na foz do rio Lima, onde se destacam também a energia eólica ‘offshore’ e a carga a granel”, acrescenta.

O jornal galego refere que, “apesar da orografia complicada da zona, a escolha de uma linha convencional permitiria reduzir o investimento necessário para uma linha que serviria principalmente de vaivém para os comboios rápidos do interior ou para os comboios regionais que continuariam a circular entre Caminha e Nine, a sul de Braga”.