twitter

PS e Chega acusam Governo de ser foco de instabilidade e de caminhar para o precipício

PS e Chega acusam Governo de ser foco de instabilidade e de caminhar para o precipício
Fotografia DR

Agência Lusa

Agência noticiosa

Publicado em 02 de maio de 2024, às 19:47

Segundo Pedro Nuno Santos e André Ventura

O secretário-geral do PS considerou hoje que o Governo tem sido o “principal foco de instabilidade” em Portugal, enquanto o líder do Chega defendeu que o executivo optou por um “caminho errado que vai acabar num precipício”.

Em declarações aos jornalistas no parlamento, pouco depois de os deputados terem aprovado na generalidade o diploma do PS para o fim imediato das portagens nas ex-SCUT - enquanto um projeto de resolução do PSD/CDS-PP que recomendava a sua redução gradual foi chumbado -, Pedro Nuno Santos afirmou que os socialistas estão a “cumprir uma promessa eleitoral”.

“Eu tive oportunidade de dizer que se trabalha no Governo e trabalha-se no parlamento. O PS não está no parlamento apenas para assistir: o PS está no parlamento para fazer trabalho, para aprovar as suas propostas, para melhorar a vida do povo português, e é isso que nós fizemos aqui hoje”, disse.

O líder socialista considerou que, passado um mês desde que o Governo tomou posse, só se retira “uma mudança de logótipo, uma proposta de redução do IRS que se revelou falsa, a promoção da instabilidade em vários serviços da administração” e, agora, “a dramatização da situação das contas públicas” por parte do ministro das Finanças, que faz lembrar “o discurso da tanga do ex-primeiro-ministro Durão Barroso”.

O líder do PS acusou o ministro das Finanças de “impreparação técnica para o exercício das suas funções”, o que considerou preocupante, acrescentando que o Governo parece estar apostado em “preparar o terreno político em Portugal para não cumprir as promessas com que se apresentou a eleições”.

“Nós precisávamos era de um Governo a governar, o PS na oposição está a conseguir fazer mais do que o PSD no Governo”, afirmou.

Recusando estar a fazer coligações negativas ou a ser uma força de bloqueio à governação, Pedro Nuno afirmou que o PS está só a fazer o seu trabalho, apresentando propostas no parlamento, e tem tido “uma atitude positiva”, disponibilizando-se para viabilizar um orçamento retificativo em matérias de consenso e tendo chegado a acordo para a eleição do presidente do parlamento.

“Nós só podemos olhar para o Governo e com espanto constatar que o principal elemento promotor da instabilidade tem sido o próprio Governo e nenhum partido na Assembleia da República”, disse.

Por sua vez, o líder do Chega, André Ventura, considerou que as votações desta tarde são mais “uma prova da enorme incapacidade deste Governo da Aliança Democrática em legislar”, acusando o executivo de ter procurado consensualizar com o seu partido uma redução gradual das portagens até à sua eliminação.

“Optou por manter exatamente aquilo que tinha e por procurar condicionar a Assembleia falando de coligações ou de alianças negativas. (…) Mais uma vez, o Governo de Luís Montenegro está do lado errado da história”, acusou.

Questionado se a aprovação de projetos de lei à revelia do PSD e do CDS-PP não pode constituir um entrave à governação, Ventura defendeu que isso “era uma coisa que o doutor Luís Montenegro devia ter pensado”.

“Fui eu que lhe disse: ‘doutor Luís Montenegro, está a ir pelo caminho errado, e este caminho errado vai acabar num precipício que só você é que não quer ver’. Ele diz, ‘orgulhosamente sós, caminhamos sozinhos’, e o caminho sozinho está-se a ver onde é que vai parar”, disse.

Ventura afirmou que fez “tudo o que era possível para que isto não acontecesse”, mas disse que, depois de se ter rejeitado qualquer acordo de governação ou convergência, não se pode agora pedir ao Chega que rejeite propostas que estavam no seu programa eleitoral.

"O Governo, ainda por cima, poderia ter o bom senso de pensar: 'eu não tenho maioria absoluta, portanto vou procurar legislar no sentido que vá o mais aproximado possível às bancadas que me podem dar maioria'. Era o que eu faria", disse, insinuando que o PSD está talvez a procurar “criar uma crise política para se vitimizar”.