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Investigadores querem melhorar sobrevivência de doentes com leucemia mieloide aguda

Investigadores querem melhorar sobrevivência de doentes com leucemia mieloide aguda
Fotografia DR

Agência Lusa

Agência noticiosa

Publicado em 21 de fevereiro de 2024, às 10:37

Investigadores do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) vão procurar novos tratamentos para melhorar a sobrevivência dos doentes com leucemia mieloide aguda, focando o estudo no papel do microambiente da medula óssea na progressão da doença.

 

Em comunicado, o instituto da Universidade do Porto esclarece hoje que o objetivo dos investigadores passa por estudar o papel do microambiente da medula óssea na progressão e recidiva da doença, mas também desenvolver novos tratamentos.

A leucemia mieloide aguda é uma forma de cancro do sangue rara que decorre da mutação de células que residem na medula óssea.

A evolução da doença, que é mais comum em adultos, embora afete pessoas de todas as idades, é rápida e agressiva, estando associada a uma elevada taxa de mortalidade.

Um dos principais problemas da leucemia mieloide aguda passa pela persistência da doença após o tratamento de quimioterapia, levando à recidiva.

A investigação, liderada pelo médico e investigador Delfim Duarte e que foi recentemente financiada pela Wordwide Cancer Research, em 235 mil euros, irá decorrer nos próximos três anos com o propósito de “encontrar novos tratamentos para melhorar a sobrevivência dos doentes”.

Para tal, os investigadores vão debruçar-se sobre as células da medula óssea que não produzem células sanguíneas, mas que fornecem um microambiente que permite que estas se formem.

“Estudos prévios mostram que estas células [do estroma da medula óssea] que constituem o microambiente da medula óssea promovem o crescimento e suportam a sobrevivência das células malignas”, refere o investigador.

No estudo, vão ser usadas técnicas inovadoras de microscopia, modelos pré-clínicos de animais de leucemia mieloide aguda e amostras de doentes para identificar “com precisão” a identidade das células do microambiente.

“O objetivo será caracterizar esse microambiente na fase inicial da doença e na recidiva”, afirma o i3S, acrescentando que, posteriormente, a equipa vai manipular os fatores para desenvolver novos tratamentos.

Delfim Duarte acrescentou que os investigadores “vão utilizar modelos genéticos animais para manipular os fatores identificados e dessa forma inibir a proteção do microambiente.

“Posteriormente, e com base nos resultados obtidos, serão testados novos tratamentos farmacológicos para que possam ter aplicação clínica no futuro”, concluiu o investigador.

O trabalho será desenvolvido em colaboração com o Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, no âmbito do Porto Comprehensive Cancer Centre Raquel Seruca.