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UMinho denuncia dívida de 20 milhões do Estado

UMinho denuncia dívida de 20 milhões do Estado
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Publicado em 13 de dezembro de 2022, às 11:13

O reitor Rui Vieira de Castro fez a denúncia na festa dos 47 anos do Instituto de Educação da UMinho.

OInstituto de Educação (IE) da Universidade do Minho (UMinho), um dos organimos que estão na génese da própria UMinho, festejou ontem 47 anos, numa cerimónia que teve emoção, com a homenagem à professora Fátima Viera, recentemente falecida; algum dramatismo nos apelos à união no IE, para aproveitar novas oportunidades que que estão a surgir no País. Na sua intervenção, Rui Vieira de Castro dencuniou uma dívida de 20 milhões de euros da parte de agências financiadoras do Estado, “calote” esse que está a deixar a UMinho em sérias dificuldades.

A sessão solene decorreu no auditório do Centro Multimédia do IE, quase cheio, sobretudo de docentes, presidentes de escolas, o presidente do do Núcleo de Estudantes do IE, Rúben Moura; Fernando Azevedo, vice-presidente do IE, que acabou por ler o discurso da presidente, Beatriz Pereira, ausente da sessão; entre outras personalidades.

Para além dos discursos, a cerimónia ficou marcada pela conferência “Uma sociedade promotora dos direitos da Criança”, proferida pelo professor Manuel Sarmento; pelos momentos musicais, a cargo de Pedro Teixeira e Jorge Castro. Destaque ainda para o momento de comunhão, que foi a homenagem à professora do IE, Fátima Vieira. Houve aplausos, lágrimas e uma lembrança entregue à filha Maria.

E se os discursos de Rúben Moura e da presidente do IE foram de entusiasmo, tanto em relação aos primeiros meses de mandato como em relação ao futuro, ainda que «desafiante», a intervenção do reitor da UMinho pôs algum “gelo” no entusiasmo, não escondendo a «crise» e «tensão» existente no seio do IE. Ainda assim, a palavra de ordem foi de união e apelo ao aproveitamento de novas oportunidades que vão surgir.

Situação da dívida é impossível de gerir

Na sua intervenção e depois aos jornalistas, o reitor queixou-se, por um lado do sub-financiamento; e por outro da dívida de agências financiadoras do Estado.

«É o valor mais alto de sempre. São 20 milhões de euros. São números de hoje [ontem]. E isso cria uma situação insustentável para a Universidade do Minho. E não há explicação possível para o que está a acontecer. Tem um impacto muito grande para a vida da universidade», afirmou Rui Vieira de Castro.

Em causa estão as agências financiadoras do estado como o AICEP - Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal; a ANI - Agência Nacional de Inovação; ou a FCT - Fundação para a Ciência e Tecnologia, entre outras.

São instituições que garantem que dispôem de financiamento para investigação e desenvolvimento e depois não cumprem com os compromissos. O reitor espera que os responsáveis políticos que tutelam estas agências corrijam a situação o mais depressa possível para que a UMinhopossa também saldar as suas dívidas para com investigadores. «A UMinho está a sustentar a investigação mas não está a ser recompensado pelo esforço que está a fazer», denunciou.

A expetativa de Rui Vieira de Castro é que as agências comecem a reembolsar a UMinho. Porque caso contrário, «torna impossível qualquer gestão». E se há expetativas positivas em relação a algumas, há muitas desconfianças em relação a outras.

Valorizar as pessoas e acelerar parcerias internacionais

Quanto a presidente do IE, pela voz de Fernando Azevedo, deu conta das orientações estratégicas traçadas em setembro, no início do mandato.

Entre elas está a valorização das pessoas, docentes e investigadores, a aceleração de parcerias internacionais, o acompanhamento da da situação de sustentabilidade financeira do IE; bem como o refoço dos mecanimos de transparência. Segundo os responsáveis do IE, muito já foi feito, mas 2023 será melhor. «Encaramos 2023 com otimismo», disse, reforçando que «o futuro do país é a Educação. E é sobre este lema que vamos trabalhar», promete.


Autor: Francisco de Assis