Presidente da Câmara de Braga fala em «delay» nos dados da DGS relativos ao Covid-19

O presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, utilizou hoje as redes sociais para falar em «alguma estranheza» face aos dados lançados pela DGS relativos ao números de casos de pessoas infetadas com Covid-19. O boletim lançada pela DGS tem apresentado números bem abaixo de casos de doentes com o novo coronavírus (ver aqui) e com uma significativa discrepância face aos dados das autarquias e ACES. Ricardo Rio diz mesmo que há um delay. «A explicação é só uma: os dados territorializados da DGS têm um delay de alguns dias face à realidade. Em Braga (onde existiam 61 casos confirmados até ontem), foram hoje divulgados 25, ontem 21, amanhã se nada for alterado seguramente 37 (não, não sou bruxo)», refere o presidente da Câmara de Braga. Ricardo Rio refere mesmo que não consegue perceber «a razão operacional para este desfasamento mas, diga-se em abono da verdade que ele é irrelevante». «Todos gostamos de conhecer a realidade que nos é mais próxima mas a informação só é útil se servir para qualquer tipo de ação consequente», aponta. O presidente da Câmara de Braga sublinha no entanto que o foco é testar, testar, testar. «É esse o mote de todos os contextos geográficos que nos antecederam na evolução desta pandemia e a base de todas as orientações científicas. Testar agora permite isolar quem está infectado e evitar cadeias de contágio. Mais tarde, será indiferente. E se hoje já entramos na fase de mitigação, parece de facto muito incipiente o esforço realizado nesta vertente.», afirma. «As estatísticas valem o que valem. Que o número de infectados suba muito e depressa no imediato, que é sinal de que esses cidadãos foram devidamente testados, identificados e isolados. E menos serão contaminados a partir daí», acrescenta ainda. Em nota de rodapé, Ricardo Rio apontou ainda que «além do número reduzido de testes, as lacunas de equipamentos e materiais de protecção individuais são confrangedoras. Como hoje se viu em Espanha, é uma questão de vontade de investir, visto que não faltam fornecedores, na China e em outros países.Os nossos profissionais de saúde são uns heróis. Mesmo.», concluiu.  
Autor: Redação