À margem do "ERC Summit 2019", a decorrer até amanhã no Instituto Internacional Ibérico de Nanotecnologia (INL), admitiu que a sua nomeação foi «algo repentina».«O parlamento espanhol aprovou uma moção de censura [ao governo de Mariano Rajoy, no dia 1 de junho de 2018] na sexta-feira e, no sábado de manhã, estava a assumir o cargo», no governo de Pedro Sánchez. Antes disso, ocupou, até 2011, um cargo na direção da empresa Deimos Imaging (opera um sistema comercial de observação da Terra) e deu aulas na Escuela Técnica Superior de Ingenieros Aeronaúticos em Madrid. Simpático, abordou a atual situação da área da ciência e tecnologia no país vizinho.
«Tivemos uma crise e reduzimos bastante o investimento nesta área nos últimos 7 anos, sendo que o nosso maior desafio é a estabilização», admitiu o responsável, que apesar deste aspeto, realçou a qualidade dos cientistas espanhóis.«Temos muitos cientistas bons, mas também temos contratos pouco estáveis, com salários baixos. Estamos num momento em que é preciso reforçar o investimento público na área da ciência e proporcionar-lhes capacidade para se estabilizarem e prosseguirem com a investigação», afirmou o ministro da Ciência, Inovação e Universidades de Espanha.
O responsável explicou que «existe um fosso, uma distância entre a boa ciência que se faz em Espanha e a sua transferência para as empresas, para o tecido produtivo», num «segundo desafio» que é comum aos países ibéricos.Em relação à dinâmica do INL, e, de forma particular, à primeira cimeira luso-espanhola da área científica, Pedro Duque disse que «é bom que se reconheça Braga e a Península Ibérica como um sítio que favorece a colaboração de muitos cientistas e empresas de muitos países», pois, «o desenvolvimento deste centro será muito positivo nesta área da Física Aplicada, atraindo a atenção do resto do mundo para a grande qualidade do nossos cientistas e universidades».
Anualmente, a Espanha investe 2.500 milhões de euros no seu programa de ciência e tecnologia. «As empresas privadas investem outro tanto, mas, ainda estamos num nível baixo - 1,25% do PIB - de investimento nesta área. Outros países europeus já ultrapassaram os 2%», destacou Pedro Duque.
Autor: Alexandre Gonzaga