A entrega do Estandarte àquele que é o 5.º Contingente Nacional decorreu na manhã de ontem, no quartel do Regimento de Cavalaria 6 (RC 6), em Braga.
A cerimónia oficial foi presidida pelo tenente-general António Xavier Lobato de Faria Menezes e registou a presença das instituições da cidade e dos familiares envolvidos na operação.
A abrangência da participação comunitária foi vista como «uma demonstração clara do sentimento de pertença do RC 6 à comunidade bracarense».
As três dezenas de militares, que deverão partir no dia 1 de maio para o Iraque, «vão trabalhar com um contingente multinacional liderado pela Espanha», disse o tenente-general António Xavier Lobato de Faria Menezes, dando conta que os 30 militares portugueses vão encontrar em solo iraquiano «um clima muito rigoroso».
Conforme precisou, a instrução será ministrada num horário muito alargado. Mas apesar das condições adversas que esperam o 5.º Contingente Nacional – a zona onde vão operar é quase deserta - António Xavier Menezes está convicto de que a força que foi aprontada no Regimento de Cavalaria 6 vão preparar «boas tropas iraquianas» e «com aptidões para combater» o autodenominado "Estado Islâmico", contribuindo, assim, «para que a ameaça [terrorista] não chegue até nós».
As estimativas é que o contingente forme seis centenas de militares, ao longo dos seis meses de duração da campanha. As ações de formação irão decorrer em função do curso da batalha de Mossul.
É que «a regeneração das forças que estão na frente de combate» implica que os militares que vão sendo formados troquem com os combatente na linha da frente.
A convicção de que o trabalho dos 30 militares portugueses «será excelente» é ainda justificada no historial dos corpos de contigentes que foram preparados no RC 6. «Braga esteve em todas.
Este é mais um teatro de operações em que Braga vai estar presente e estará a um alto nível, como sempre esteve nos vários teatros de operações onde competiu com outros exércitos», sublinhou o tenente-general António Xavier Menezes.
O militar salientou que as prestações de «elevada qualidade» dos militares nacionais também se devem «à excelente motivação» e ao «elevado rigor» na preparação e no treino para as missões.
Solidariedade da cidade
A presença massiva de representantes das instituições de Braga à cerimónia de entrega do Estandarte ao contingente que vai para o Iraque foi vista pelo tenente-general António Xavier Menezes como uma «demonstração inequívoca da solidariedade institucional da cidade e reconhecimento da sociedade civil» à missão.
Xavier Menezes disse que o apoio «é um incentivo e um maior estímulo» à ação que as três dezenas de militares nacionais vão desenvolver.
«Braga será sempre Portugal, mesmo nos terrenos inóspitos dentro do Iraque», garantiu o tenente-general Menezes, salientando também as vantagens para a missão que resultam do «grande apoio» que também os familiares dedicam aos militares que vão afirmar Portugal como «um Estado credível e confiável», aos olhos da comunidade internacional.
Autor: José Carlos Lima