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Mais de três por cento da população de Braga já esteve infetada com covid-19

Mais de três por cento da população de Braga já esteve infetada com covid-19
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Publicado em 20 de novembro de 2020, às 16:27

Adiantou o presidente da Câmara Municipal, que confessou ter dúvidas quanto à dimensão diferenciadora do território adotada pelo Governo.

Mais de três por cento da população de Braga já terá estado infetada com covid-19, adiantou o presidente da Câmara Municipal, que confessou ter dúvidas quanto à dimensão diferenciadora do território adotada pelo Governo, que prevê a criação de uma escala de gravidade, com três patamares, para avaliar o risco de cada concelho em função do número de casos de infeção por cem mil habitantes. Ricardo Rio acredita que, em Braga, as medidas não serão aligeiradas no novo estado de emergência até porque «a situação não tem estado a melhorar», mas antes «a piorar». «Braga, que esteve durante um largo período de tempo com a situação bastante controlada do ponto de vista de novos casos, neste momento tem registado cifras bastante elevadas, com 100, 200 casos por dia», disse, vincando que se trata de casos que estão «disseminados por toda a comunidade», o que impede que sejam controlados localmente. Para o edil, três por cento de infetados desde o início da pandemia é um «número expressivo» que exige a tomada de «medidas preventivas». «Não sou muito crítico das medidas que têm sido adotadas pelo Governo. Não sei é se são as mais efetivas e suficientes para conter esta realidade. O risco não está no contexto familiar, nas escolas ou no trabalho, mas onde cada um de nós está se não estivermos a cumprir as regras a que estamos sujeitos. A primeira responsabilidade é de cada um dos cidadãos», lembrou. Questionado sobre uma possível saturação ou descrença nas medidas adotadas por parte dos bracarenses, Ricardo Rio entende que as restrições adotadas nunca poderiam ser «muito exageradas» dado o impacto do ponto de vista económico e social, «igualmente devastador à componente sanitária». Porém, disse ter «mais reservas» quanto à «dimensão diferenciadora do território», sendo importante «haver um tratamento mais equitativo», já que os focos de maior contaminação vão alternando entre norte, áreas metropolitanas e interior. Sobre as restrições que têm sido anunciadas pelo Governo, o edil considerou que devem ser «restringidas ao máximo». «Temos de dar exemplos claros daquilo que são as coisas que se podem e não podem fazer e, muitas vezes, a tentativa de criação de demasiadas janelas de exceção face às regras em vigor cria uma saturação e incompreensão ainda maior, sendo quase que um estímulo ao incumprimento», vincou, ao final desta manhã, à margem da receção do embaixador do Irão no Salão Nobre da Câmara Municipal de Braga.
Autor: Rita Cunha