Bronze para Portugal. Foi este o brilhante resultado conquistado por Maria Marques Portela, a jovem bracarense que integrou a representação portuguesa nas Olimpíadas Internacionais de Biologia – IBO 2017, que decorreram no Reino Unido, na semana de 23 a 30 de julho.
A estudante do 12.º ano da Escola Secundária Carlos Amarante revelou assim as suas capacidades e trouxe na bagagem uma das duas medalhas de bronze que os portugueses arrecadaram naqueles que são considerados os Jogos Olímpicos da Biologia.
A outra medalha de bronze foi conquistada por Diogo Nascimento, um jovem de Murça, que à semelhança de Maria Marques Portela trouxe para Portugal mais um motivo de orgulho.
«Esta medalha de bronze constitui um prémio, um reconhecimento das minhas capacidades, de tudo aquilo que estudámos. E, por outro lado, é também um grande incentivo, uma motivação para saber mais, para continuar a descobrir nesta área tão aliciante», afirmou, acrescentando que se tratou de um prémio «alcançado num cenário de grande competição, entre pessoas com muita competência», afirmou Maria Marques Portela.
Lembrando que este foi o ano em que Portugal teve melhores resultados ao nível das Olimpíadas Internacionais de Biologia, a jovem reiterou o seu orgulho em representar o seu país e a sua escola numa competição internacional que prima pela exigência, sendo a avaliação composta por uma prova teórica e uma prova prática.
Para chegar a esta prova internacional, e competir entre os melhores, Maria teve de passar por várias rondas nacionais de eliminação, começando por uma primeira eliminatória, em que passaram os melhores 20%, à qual se seguiu uma segunda prova, que consistiu num teste de escolha múltipla, na sequência do qual foram apurados os 50 melhores classificados a nível nacional.
Esta meia centena de eleitos foi depois sujeita a um fim de semana de provas práticas em três domínios diferentes da Biologia, tendo sido daqui apurados os quatro concorrentes com melhor classificação, que representaram Portugal nas Olimpíadas Internacionais de Biologia, além dos concorrentes classificados entre o 5.º e o 8.º lugares, que representarão o país nas Olimpíadas Ibero-Americanas, que este ano terão lugar nos Açores.
Foi precisamente durante a edição do ano passado desta última competição que Maria Marques Portela tinha já conquistado um outro prémio para Portugal, dessa feita, a medalha de prata.
«Essa medalha constituiu uma motivação extra para trabalhar ao longo deste ano, com vista a participar nas Olimpíadas Internacionais», afirmou Maria Portela, acrescentando que são «duas competições com âmbitos muito diversos».
No entanto, sublinha que «as Olimpíadas são muito mais do que competição», uma vez que «o ambiente que se vive entre todos os participantes é muito bom».
Entretanto, a preparação da jovem bracarense para as Olimpíadas Internacionais não foi, de forma alguma, feita "em cima do joelho", antes decorreu ao longo de todo o ano, quer nas aulas, quer utilizando instrumentos adicionais, nomeadamente plataformas online.
«A Ordem dos Biólogos oferece ainda aos apurados uma semana e meia de preparação em universidades portuguesas, nomeadamente na Universidade do Minho (UMinho), na Universidade de Lisboa, no Instituto Superior Técnico e no BioCant – Centro de Inovação em Biotecnologia, em Cantanhede», explicou a jovem, esclarecendo que o objetivo é preparar mais ao pormenor alguns temas focados nas Olimpíadas.
Esta preparação intensiva destina-se ainda a fornecer aos jovens mais experiência a nível prático, compensando, de alguma forma, algumas lacunas a nível laboratorial existentes na formação tradicional.
Música e Ciência no futuro
Terminado o 12.º ano, Maria Marques Portela prevê que o ano letivo de 2017/2018 seja dedicado à conclusão dos estudos de Música no Conservatório Calouste Gulbenkian, que frequentou em regime supletivo no ano letivo que agora termina.
O ano seguinte será dedicado a tentar a entrada no Ensino Superior, estando entre as preferências da jovem cursos como o Engenharia Biológica, Física, Matemática e da área científica em geral.
A jovem pretende ainda aproveitar este ano para trabalhar e adquirir assim outro tipo de competências que a preparem para o futuro.
Autor: Carla Esteves