“Aluguei uns forrinhos a um tero de Coimbra”, “És mesmo begueiro! Atão foste arcar co’a moça às carrachuchas?” e “Fiquei barado! Até me doem as cruzes de tanto rir”. Estas e muitas outras palavras e expressões podem ser encontradas no Dicionário de Calão do Norte, onde o Minho marca presença fundamental com mais de três mil entradas.
A publicação, da autoria do famalicense João Carlos Brito, é apresentada no próximo domingo, dia 31 de outubro, às 16h00, na Fnac do Braga Parque.
Para o autor, os objetivos passam pela tentativa de contribuir para a preservação de vocábulos e expressões de enorme riqueza popular que correm o risco de se extinguirem numa sociedade em que a língua é cada vez mais padronizada e igual e que tende a absorver os registos marginais, que são, sublinha, a identidade e as raízes de um povo.
Outra meta é a de contribuir para o orgulho do Norte e dos nortenhos, uma vez que foi no Norte que nasceu Portugal e também a língua portuguesa e são os nortenhos que reproduzem, na sua fala, o português mais genuíno. Finalmente, o autor, que em 2019, publicou o Dicionário de Calão do Minho, pretende que este livro contribua para a boa disposição, pois um sorriso nos lábios não paga dívidas, mas ajuda a enfrentar as adversidades da vida.
A obra é publicada pela Porto Editora – Ideias de Ler e apresenta mais de 12 mil significados do calão e regionalismos do Norte, sendo a primeira publicação do género a ser editada no nosso país.
Autor: Rita Cunha
Dicionário de Calão do Norte com três mil entradas do Minho
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Publicado em 25 de outubro de 2021, às 18:29