A atividade comercial em Braga voltou a registar este verão, nomeadamente nos meses de julho e agosto, um crescimento de mais de 10% em relação ao ano passado, que tinha já sido considerado pela Associação Comercial de Braga (ACB) como um dos melhores verões vividos nos últimos anos em termos comerciais.
Rui Marques, diretor-geral da ACB, avançou ao Diário do Minho que embora as contas não estejam ainda definitivamente concluídas, as projeções relativas a estes dois últimos meses sugerem que, em alguns casos, a taxa de crescimento poderá atingir os 20% em relação ao período homólogo do ano transato.
Comparativamente ao que já havia sucedido em 2015 e em 2016 os setores do comércio, restauração e serviços foram os que mais contribuíram para este progresso notável, que apesar de ser um reflexo do que se passa no resto do país, nesta proporção, se tem verificado em poucas cidades.
«Esta época de verão tem corrido realmente muito bem, registando-se uma grande afluência ao centro da cidade, que irradia a toda a malha densa à sua volta», afirmou, acrescentando que «para este crescimento têm contribuído, como é óbvio, os turistas portugueses e estrangeiros e os emigrantes que escolhem o centro da cidade para as suas compras, mas também os próprios bracarenses».
Para este incremento parece estar a contribuir também a imagem positiva que a própria cidade tem sabido construir, enquanto «jovem, dinâmica e empreendedora», mas também o trabalho que tem sido desenvolvido pelos próprios empresários bracarenses, que têm investido cada vez mais em áreas comerciais apelativas, e apostado em ideias criativas e dinâmicas.
O envolvimento em parcerias e iniciativas conjuntas como o "Verde Cool", que decorrerá de setembro a outubro, ou as "Tardes Gulosas" têm surgido como oportunidades para incrementar o espírito de grupo entre empresários e despoletar o empreendedorismo.
Peso dos saldos é difícil de contabilizar
No que respeita ao papel que os saldos de verão terão tido na subida da atividade comercial, sobretudo no setor da moda e vestuário, Rui Marques considera que «é muito difícil de saber com exatidão, uma vez que a época de saldos se encontra atualmente muito dispersa e os comerciantes começam a fazer vendas com redução de preço cada vez mais cedo».
«As marcas internacionais apostam nas vendas com desconto desde muito cedo e obrigam os restantes agentes a seguir esta dinâmica e a conjugar saldos e promoções com peças da nova estação», sustentou, considerando que os saldos são cada vez mais um fenómeno mais diluído, mais alargado no tempo, notando-se cada vez menos o «boom», a explosão que outrora verificávamos nas lojas nos saldos de verão ou de inverno».
Bracarenses voltam a comprar no centro da cidade
A ACB chama a tenção para o facto de os próprios bracarenses estarem paulatinamente a mudar os seus hábitos de compra, começando a regressar ao centro da cidade para fazer uma boa parte das suas aquisições.
«Se nesta altura do ano a restauração vive, sem dúvida, o seu grande "boom", muito fruto do movimento de turistas e emigrantes, que querem experimentar ou recordar o que a nossa gastronomia tem de melhor, este crescimento tem-se verificado também noutras áreas, como a moda, que tem trabalhado bastante bem nesta altura», disse Rui Marques.
De acordo com o responsável, nesta altura do ano os emigrantes gostam de fazer as suas compras de vestuário em Portugal, mas também os bracarenses o fazem com cada vez mais assiduidade no centro.
A ACB admite que este ritmo deverá continuar ao longo do próximo mês de setembro, mas prevê que irá inevitavelmente haver uma desaceleração nos meses de outubro e novembro, aguardando-se um tradicional crescimento para a altura de Natal.
Autor: Carla Esteves