A AEMinho defende uma fusão entre todas as comunidades intermunicipais existentes na região numa única estrutura que represente a região do Minho. A proposta será mesmo formalizada em março, num Conselho Geral que contará com a presença dos autarcas do ministro da Economia, dos autarcas do Quadrilátero Urbano e das principais forças vivas da região. O presidente da Associação Empresarial do Minho, Ricardo Costa, considera que «é tempo de pôr em marcha um plano mobilizador» para a região.
Neste âmbito, no próximo Conselho Geral , previsto para 21 de março, «é intenção da AEMinho defender que o Minho deve ser interpretado e organizado como um todo e, como tal, o seu modelo de gestão deverá passar pela reorganização das CIMs, o que significa que iremos propor a fusão não de duas, mas das três CIM’s: Alto Minho, Cávado e Ave», revela a associação, em comunicado. Naquela reunião do Conselho Geral da AEMinho, onde estarão presentes personalidades como o ministro da Economia, António Costa Silva, e os presidentes de Câmaras Municipais do Quadrilátero (Barcelos, Braga, V.N. Famalicão e Guimarães), estará em discussão o modelo que melhor possa servir a região com uma visão integrada, de modo que os investimentos públicos e/ ou estruturais possam ser otimizados e trazer projetos de maior envergadura para a região. «Reiteramos que as assimetrias que estamos habituados a ver na distribuição de investimento, tradicionalmente direcionados para Porto e Lisboa, iriam diminuir pela dimensão que uma organização desta envergadura pode vir a ter», suporta Ricardo Costa.
Tendo por base as declarações do ministro da Economia, António Costa Silva, que referem a intenção para que haja «desenvolvimentos significativos na modernização e digitalização de muitas empresas do quadrilátero Braga, Guimarães, Famalicão e Barcelos, onde está concentrada grande parte da produção industrial», transformando o Quadrilátero Urbano «numa das locomotivas da economia do país», no mesmo comunicado, a AEMinho reafirma que «é tempo de pôr em marcha um plano mobilizador que envolve a reconfiguração da indústria para adotar tecnologias digitais e agilizar procedimentos».
Na análise dos números, a AEMinho considera que «é evidente este posicionamento importante das empresas do Minho para o crescimento da nossa economia». De um ponto de vista genérico, o Minho representa, segundo dados de 2021, cerca de 130 mil empresas, exportando 10.600 milhões de euros e empregando 475 mil pessoas. Estes dados representam 29% do volume de negócios, 28% do total de empresas e 38% das exportações da Região Norte.
É um contributo de cerca de 15% do PIB. «No entanto, se olharmos para as CIMs de forma individual, a representatividade perde-se», considera Ricardo Costa, defendendo a fusão das atuais três estruturas supramunicipais. «É, desta forma, percetível que o poder competitivo e negocial é francamente maior e que pode ser usado em prol do desenvolvimento desta região se unirmos as forças das três CIM’s», advoga o dirigente da AEMinho, acrescentando que «a visão integrada da região permitiria também otimizar os investimentos públicos e/ou estruturais e alcançar projetos de maior envergadura para a região», além de melhores planos e infraestruturas empresariais e energéticas.
Autor: Rui de Lemos
Associação Empresarial do Minho quer fusão de todas as CIM da região
Publicado em 23 de fevereiro de 2023, às 10:34